Fabrício propõe horário estendido nas Unidades de Saúde

Vereador encaminhou indicação nesta semana ao prefeito Jorge Krüger

Por Aline Christina Brehmer 12/04/2019 - 10:23 hs
Foto: Rafael David/Jornal Café Impresso

Postos de Saúde abertos para atendimento durante o horário de almoço? Essa proposta foi apresentada nesta semana pelo vereador Fabrício Dalcastagné (MDB).

“Após receber inúmeros pedidos da comunidade, foi então feito esse pedido de estender o horário de atendimento nas Unidades de Saúde da Família (USF) que, no caso, não fechariam mais para o almoço”, explica o parlamentar.

A Indicação Nº 71/2019 foi encaminhada ao prefeito de Timbó, Jorge Kruger, solicitando “que seja feito um estudo de viabilidade visando a possibilidade de atendimento nos postos de saúde em horário ininterrupto entre os períodos matutino e vespertino”.

Dalcastagné destaca ainda que outra solução para atender às pessoas que, devido ao horário de trabalho, não conseguem se consultar nas unidades, seria fazer um sistema integrado junto à Policlínica.

“É questão de estudar a viabilidade dessas propostas. Na USF, por exemplo, não geraria uma despesa a mais se fosse feita uma tabela de revezamento. Um médico poderia atender das 12h às 13h, por exemplo, e o outro iniciar logo às 13h. O horário de almoço dos servidores não deixaria de existir e as pessoas que já têm suas consultas agendadas ao meio-dia ou que precisam ser atendidas em caráter de urgência ou emergência teriam essa oportunidade”, esclarece.

Alfredinho comenta prós e contras da indicação

Acontece hoje, dia 12, a 7ª Conferência de Saúde de Timbó, com o tema “Democracia e Saúde”, e, segundo Dalcastagné, a ideia de fazer valer o horário estendido é um tema que precisa ser apresentado e debatido. “Em algumas Pré-Conferências que já fui aqui na cidade esse assunto veio à tona e a maioria das pessoas presentes se mostrou favorável à ideia”, reforça o parlamentar.

A redação do Café Impresso também conversou com o secretário de Saúde de Timbó, Alfredo João Berri, popular Alfredinho. Ele reforça uma mudança recente na cidade, que foi o horário estendido de atendimento na Policlínica.

“O atendimento agora é até às 22h, o que já auxilia as pessoas que não conseguem se consultar durante os horários em que funcionam nas unidades de saúde. No que diz respeito à indicação apresentada, nós hoje não temos pessoas suficientes para fazer um revezamento. É preciso dar um passo de cada vez”, justifica.

Alfredinho também menciona a proposta apresentada pelo Ministério da Saúde na semana passada, que sugeriu estender o atendimento nos postos de saúde em todo o Brasil até às 22h.

“É algo que iria estourar as folhas de pagamento. O limite prudencial da prefeitura de Timbó é de 51% e, se fossem contratados tantos profissionais para dar conta de atender à noite também, iria estourar a folha e o prefeito responderia por improbidade administrativa”, esclarece.

Hoje, segundo o secretário, uma única USF custa cerca de R$ 50 mil por mês. “O governo não chega a nos repassar R$ 10 mil. É uma questão de cálculo mesmo. Repito que é preciso dar um passo de cada vez. Primeiro uma inovação para depois vir outra”, analisa.

Governo quer estender atendimento em unidades de saúde até às 22h

O Ministério da Saúde pretende alterar o modelo de organização de equipes de unidades de saúde na tentativa de criar um “terceiro turno” de atendimento, o qual duraria até às 22h.

A mudança consta uma proposta para a reorganização do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), que responde pelo serviço nestes locais.

Hoje, a maioria das unidades de saúde funciona entre até 17h, com variações entre os municípios. Na avaliação de técnicos do ministério, porém, o horário restrito tem levado à superlotação de UPAs (unidades de pronto-atendimento) e de prontos-socorros em hospitais com casos menos graves.

A mudança, porém, não valeria para todas as unidades, mas sim para aquelas que já atendem um maior número de pessoas. A decisão pelo atendimento noturno caberá a secretários de saúde, que hoje custeiam a maior parte do valor destinado para pagamento dos profissionais.

O ministério, no entanto, estuda aumentar o valor repassado pela União como garantia para a adesão. O impacto é estimado em R$ 500 milhões a até R$ 2 bilhões. A medida deve ter impacto principalmente em cidades acima de 50 mil habitantes, que hoje possuem unidades com três equipes ou mais.