Imagine que a cada seis meses você sai de sua casa, país e terra para viajar e conhecer novos hábitos e costumes do outro lado do mundo, visitando cidades onde nem todos falam seu idioma. Parece assustador? Acima de tudo, essa aventura arriscada rende histórias incríveis, visitas a lugares extraordinários e amizades que vão além da distância.

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Essa é a vida de Jürgen e Ursula Lenz (chama de carinhosamente de Uschi pelo marido) há 23 anos. O casal, que só fala alemão, veio pela primeira vez a Timbó, “cidade de pessoas felizes”, como eles mesmos se referem, entre 2007 e 2008 e, desde lá, sempre que possível, voltam para fazer uma nova visita.

“No Brasil tem pessoas alegres e agradáveis. Eu pessoalmente gosto muito de Timbó, porque posso ir para a cidade e, apesar de não falar português, as pessoas são amigáveis e sempre encontro alguém que fala alemão. Me sinto em casa. A educação aqui é diferente da que recebemos na Alemanha, então sempre é um aprendizado”, comenta Uschi.

Um dia de cada vez

Lenz diz que ele e a esposa já conheceram muitos lugares e, atualmente, estão levando a vida em um ritmo mais lento, mas ao mesmo tempo mais proveitoso. “Nós temos planos e precisamos realiza-los. Temos nosso tempo e se não vimos algo ok, mas aquilo que vimos está ótimo”, complementa Uschi.

O Motorhome deles está estacionado nas proximidades do Pavilhão de Eventos Henry Paul. O plano do casal é ficar mais alguns dias por aqui e, em seguida, ir para Gramado (RS), depois para o Uruguai, Argentina e, enfim, retornar para sua cidade. O veículo que os levar de um lugar para outro é um Motorhome, com tudo que há de necessário: cama, frigobar, aquecedor, máquina de lavar roupa – e o melhor de tudo, como um teto que absorve a energia solar, sendo que tudo é feito com uso dela.

Em busca do verão

A viagem do casal pela América do Sul, além de conhecer (e visitar novamente) vários lugares, também tem outro propósito: fugir do rigoroso frio da Alemanha, onde vivem. Entre maio e setembro, até início de outubro, eles vivem em terras alemãs aproveitando o calor de lá. Quando o frio se aproxima, embarcam em uma nova viagem para terras onde o verão esteja presente.

Apaixonados pelo clima tropical brasileiro, Jürgen e Uschi dizem que hoje, onde vão, são reconhecidos. Já fizeram várias amizades em seus passeios. Uma curiosidade citada por Uschi é que muitas pessoas dizem que conhecem o Brasil através deles, das fotos, histórias e conhecimento sobre tantos lugares – como o Pantanal (MS).

“Sem término, sempre fim, sempre devagar”

Lenz é aposentado da Força Aérea Alemã e Uschi é costureira, que tem como preferências passear, ir às compras na cidade. Lenz cita uma história que vivenciou aqui.

“Aconteceu que a bateria do meu celular acabou. Peguei minha bicicleta e fui procurar um lugar onde pudesse arrumar. Na frente da prefeitura encontrei um funcionário varrendo e ele falava alemão. Ele me indicou um lugar para ir. Fui até lá e resolveram meu problema. Aqui todo mundo se ajuda, é amigável”, relata o viajante.

Frente a todos os planos que tem, o casal de alemães vive um dia após o outro. “Sem término, sem fim, sempre devagar. Por onde nós vamos e gostamos, ficamos por mais tempo. Se ficar três ou dois dias você pode escrever que esteve lá, mas não que conheceu pessoas ou viu nada.

Quando estamos de saída já nos perguntam quando vamos voltar de novo. Digo que talvez em dois anos. Nós vamos para outros lugares e voltaremos”, reflete Uschi.