Litoral sob ameaça

Mais de 70 milímetros de chuva causaram danos irreversíveis em diversos pontos do Litoral de SC

Por Aline Christina Brehmer 12/01/2018 - 11:07 hs
Foto: Diego Durigon/Diário da Costa Esmeralda

Enquanto os moradores de Benedito Novo, Indaial, Rio dos Cedros, Timbó e região do Médio Vale do Itajaí tiveram uma noite de sono tranquila e com pouca chuva entre os dias 10 e 11, a água despencou no litoral causando alagamentos, acidentes, resultando em pessoas desabrigadas e até mesmo outras que vieram a óbito.

Quando o relógio marcava 3h, a situação começou a ficar crítica e, às 4h, municípios como Itapema, Bombinhas, Balneário Camboriú, Florianópolis (onde já choveu mais de 400 milímetros) e Porto Belo começaram, de fato, a sentir o impacto e os danos da chuva e da enchente que estava por vir.

Bombinhas e Porto Belo

Assim que a situação começou a se mostrar caótica, a prefeitura de Porto Belo prontamente agiu, acionando as máquinas já na madrugada para desobstruir as vias.

A cidade registrou alagamentos em alguns pontos e, até o momento, três famílias estariam desabrigadas, se alojando temporariamente no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e em uma escola da cidade.

Ainda, a chuva resultou na queda de parte do Morro de Bombas, que liga Porto Belo e Bombinhas, mas a limpeza no local já foi feita pela secretaria de Obras.

Itapema e Meia Praia

Em Itapema, os bairros mais prejudicados foram Morreter, Jardim Praiamar e Tabuleiro. Durante a madrugada, os moradores e vizinhos acordaram assustados, correndo contra o tempo para levantar seus pertences e evitar perdas, diminuindo o prejuízo que já era visível.

Além disso, a água chegou com tanta força que chegou a destruir uma parte do calçadão, em Meia Praia. No mesmo bairro, um prédio teve a garagem invadida pela água e todos os carros que estavam lá foram atingidos.

No bairro Perequê, em Porto Belo, pelo menos 50 pessoas estão desalojadas. Para auxiliar essas famílias, a prefeitura da cidade montou um abrigo e o prefeito, Emerson Stein (PMDB), decretou situação de emergência.

Balneário Camboriú

Já Balneário Camboriú registrou mais de 30 ocorrências e o desaparecimento de um homem de 34 anos, que teria sido arrastado pelas águas. Somente na madrugada de quarta para quinta-feira ocorreram cinco deslizamentos, 16 alagamentos, três quedas de árvores e desabamento de um muro de concreto. Entretanto, outras ocorrências estão sendo registradas no decorrer de ontem e hoje, elevando esses números.

Limpeza em ruas e córregos

Equipes das prefeituras realizam a limpeza das ruas e córregos. Por outro lado, como a previsão é que continue chovendo até hoje, dia 12, as secretarias de Defesa Civil se preocupam ainda mais com o risco de deslizamentos, monitorando as áreas de risco.

Já choveram mais de 70 milímetros e, até hoje, podem cair até 120 milímetros de chuva. Por outro lado, no fim de semana o sol deve reaparecer e as temperaturas subiram, oportunizando, assim, que milhares de pessoas possam iniciar a limpeza, pensar no prejuízo e em uma forma de recomeçarem suas vidas.

Orientações do Corpo de Bombeiros Militar

- Não caminhe por áreas alagadas. Além do risco de eletrocussão, há perigo de quedas e arrastamento pela força da água ou contração de doenças pela água contaminada;

- Se a água estiver chegando próximo e ameaça entrar na sua residência, levante os móveis, eletrodomésticos e roupas. Leve remédios, roupas e artigos de maior necessidade e procure um local seguro para se abrigar. Caso não tenha familiares por perto, procure os abrigos municipais;

- Procure não ficar ilhado. Mas, caso você tenha um local seguro e não alagado para se abrigar, faça uma reserva de alimentos, água potável e pilhas para lanternas;

- Pessoas acamadas, gestantes, crianças e idosos devem ser levados com prioridade para áreas seguras. Se precisar de ajuda, acione a Defesa Civil pelo fone 199 ou o Corpo de Bombeiros Militar pelo fone 193;

- Não transite de carro em ruas alagadas. Os motores de alguns veículos não são adaptados para inundações e acabam falhando;

- Se houver sinal de movimentação de solo, como muros abalroados ou caídos, árvores tortas ou caídas, rachaduras ou descida de terra com água, tipo enxurrada, saia do local de risco e acione o Corpo de Bombeiros ou técnicos de Defesa Civil para uma avaliação mais criteriosa.