Sua casa tem história?

Ari Patrício é colecionador e restaurador de móveis antigos de madeira há mais de uma década – e compartilha alguns segredos

Por Aline Christina Brehmer 22/01/2018 - 10:43 hs
Foto: Marcelo Dias

Um colecionador de móveis antigos que tem entre suas relíquias um confessionário, todo feito de madeira e que ultrapassa os 150 anos. O nome dele? Ari Patrício.

Residindo atualmente em Rio dos Cedros com sua esposa, Erotilde Patrício, seu Ari tem todos os móveis e artefatos de madeira que se possa imaginar, desde penteadeira, armário, chapeleira até relógios, camas, mesas, rodas de carroça, bancos.

“Eu compro e também faço a restauração. É algo que aprendi sozinho e realizo há mais de 15 anos, tanto que toda a minha mobília dentro de casa é de madeira e restaurada. Muitas peças, depois de prontas, ficam como novas.

Vendo diversos itens para outras pessoas que admiram essa arte, afinal a madeira, quando preservada e bem cuidada, dá sim um toque completamente diferente ao ambiente”, garante.

O trabalho de restaurar também exige cuidados, desde o material que é utilizado até a forma de encaixar as peças. “Minha esposa limpa nossos móveis com óleo de peroba.

Mas, na hora de fazer uma restauração, se for preciso lixar ou encontrar outras peças para o resultado final, é preciso entender que isso demanda algum tempo e precisa ser feito com cautela.

Qualquer movimento impensado pode jogar todo o trabalho por água abaixo, como usar a cola ou verniz errados por exemplo”, revela Ari.

“O valor das peças não está no dinheiro”

O restaurador garante que só trabalha com peças originais – e, por isso, o investimento muitas vezes é elevado. “Vendo para cidades como Florianópolis, São José, Joinville, Blumenau. Para Timbó também, mas são mais peças avulsas, já em Indaial há bastante compradores”, explica.

Dentro da casa de seu Ari, cada ambiente traz mais do que móveis: o local é repleto de histórias e os proprietários da residência mostram que conhecem cada uma delas.

“Temos muitos quadros escritos em alemão, xícaras e outras peças de porcelana. Já cheguei a ir para Rondônia atrás de peças específicas que eu queria.

Quem coleciona entende o valor de cada achado, e não falo aqui em dinheiro, mas sim do lado sentimental, repleto de vida e história”, compartilha. Segundo seu Ari, todas as reformas nos móveis são feitas por ele.

“Uma vez ficava até de madrugada restaurando. Hoje continuo a fazer o trabalho, mas conforme o tempo me possibilita”, diz. Casados há 56 anos, o casal Patrício compartilha da admiração pelos artefatos.

“É algo que apreciamos. São se trata apenas de ter uma peça, de compra-la, mas sim de entender seu real valor, que vai além das cifras”, reflete o colecionador.