Mãe acima de tudo

Mônica Mueller fala sobre seu lado coruja de mãe e revela os desafios que enfrentou na criação de suas filhas

Por Aline Brehmer 14/05/2018 - 09:45 hs
Foto: Divulgação/Redes Sociais
Mãe acima de tudo
Mônica ao lado das filhas Júlia, 22 anos e Monique, 26 anos

Dentre tantas funções que uma mulher pode assumir, entre tudo o que ela pode escolher ser e diante da infinidade de motivos que podem lhes fazer felizes e completas, para muitas delas, ser mãe é o que realmente dá significado à vida.

Mas, quem têm seus filhos sabe: a maternidade não chega como uma receita pronta. Muito pelo contrário, afinal, ser mãe é descobrir que o coração pode sim bater fora do peito, que as suas próprias conquistas não exercem metade da alegria em suas vidas do que quando seus filhos alcançam algo: seja dando o primeiro passo, proferindo as primeiras palavras ou indo para o primeiro dia de aula.

Mônica Maria Mueller tem 48 anos e é uma empresária bem sucedida, mas, acima de tudo, é mãe e o significado dessa missão em sua vida fica claro quando surge aquele brilho no olhar, simplesmente por mencionar os nomes das filhas: Monique Gabrielle Lenzi Mueller, 26 anos e Júlia Carolina Lenzi Mueller, 22 anos.

“Me tornei mãe aos 21 anos da Monique, e quatro anos depois veio a Júlia. Pedi a Deus que me enviasse uma linda filha loira e de olhos azuis, e Ele me deu duas, meus maiores presentes”, compartilha Mônica.

Com exclusividade, ela relata à redação do Café Impresso como essa experiência mudou sua vida, em meio às dificuldades e alegrias.

Como a maternidade transformou sua vida?

Confesso que me tornar mãe foi algo completamente novo, pois, sinceramente não havia planejado. Mas, quando senti minha filha em meu ventre pela primeira vez pensei: é, acho que agora, vou ter que esquecer um pouco de mim e pensar que, a partir desse momento, tudo será diferente. E realmente, minha vida mudou bastante. Deixei de só pensar em mim e comecei a perceber que a vida começou a fazer mais sentido, foi então que percebi o quanto é divino e transformador ser mãe.

Qual foi o grande obstáculo a ser superado?

Já era mãe, trabalhava na Mueller e estava cursando a faculdade de Direito. Não foi fácil conciliar o trabalho, o estudo e a vida familiar. No começo morei com meus pais e isso foi fundamental para que eu pudesse administrar melhor esse momento da minha vida.

Se tivermos o apoio dos pais, tudo fica mais fácil! Quando a Júlia completou três meses, fui morar na minha casa, e aí comecei a ter mais responsabilidades ainda, pois não tinha mais meus pais no dia a dia para ajudar. Acho que quando me separei foi o maior obstáculo que tive que enfrentar. Foi aí que vi o quanto ser mãe é ser polvo: cuidar das filhas, da casa, das finanças, da empresa e da vida social, nossa, foi uma grande lição para mim.

Acredito que muitas mães devem ter passado por isso ou estão passando. Então lhes afirmo: força e muita fé em Deus, que com o amor que temos conseguimos superar tudo.

Tecnologia: vilã ou amiga?

Acredito que com a era digital, muita coisa facilitou, mas também prejudicou um pouco. Estar conectado é o maior desafio de hoje, e isso não pode substituir, em hipótese nenhuma, o contato físico de mãe para filhos. Ser mãe é ensinar o filho a ter boas maneiras, a ser justo, correto e falar sempre a verdade, para que se torne um adulto digno. E isso a internet não faz. Temos que ser nós mesmas, através dos nossos exemplos e atitudes.

Também vejo muitas mães criarem sozinhas seus filhos. Fico triste só de pensar que para fazer um filho, precisamos sempre de duas pessoas e para criar, depois, ficam somente a figura de apenas um ou uma. Mas, mãe sempre sabe o segredo para cuidar bem dos seus filhos: muito amor, carinho, cuidado, paciência e força de vontade de vencer.

Como é a relação com sua mãe?

Minha mãe, Ilsa Lora, é uma pessoa pela qual tenho muito orgulho e admiração. O começo de sua vida com meu pai não foi nada fácil. Morávamos dentro da Mueller, quando ela situava-se em frente ao Hospital Oase. Lembro que ela se virava nos trinta para cuidar de mim e de meu irmão Markus.

O desafio dela era sempre não permitir que brincássemos dentro da fábrica, o que era muito difícil, porque a gente adorava ir lá. Principalmente na hora do Frühstück (café da manhã em alemão). Sentávamos com os funcionários, comíamos pão com linguiça e tomávamos café com eles.

Nossa, minha mãe ficava doida, mas no fim ela deixava. Depois, fomos morar no Beco Argentina e daí veio o meu irmão Jonas. Lembro também que ela sempre costurava minhas roupas e de meus irmãos. Quando eu tinha algum aniversário para ir, ela fazia o buquê de flores que plantava e eu levava cabides revestidos de crochê, que também era ela quem fazia.

Minha mãe sempre cozinhou muito bem e sempre nos ensinou a ajudar nas tarefas de casa: limpar, lavar a louça, varrer a calçada, arrumar a cama, isso tudo sempre fez parte da nossa vida. Ela sempre nos levava para a Igreja, pois sempre quis que andássemos no caminho de Deus e do bem. Sem dúvida, seus ensinamentos me fizeram ser a mulher que sou hoje e, consequentemente, pude passar isso para minhas filhas também.

Como descreve a fase da vida que está vivendo agora?

Descrevo essa fase da vida junto as meninas como a melhor possível, pois agora eu já tenho duas filhas formadas, só faltam casar e me dar netos (risos). As duas estão namorando firme e meus genros são uns amores.

A Monique tem sua loja, a Liebe Papier, então está trabalhando bastante e a Júlia também está trabalhando na Cativa em Pomerode, na área de marketing (coincidência não?). Também tenho muito orgulho das filhas que elas se tornaram. Honestas, sinceras, trabalhadoras, meigas e com um bom coração.

Com certeza esse domingo, dia 13, será um dia muito feliz, com aquele almoço tradicional de domingo do Dia das Mães.

Faremos o almoço em casa mesmo e terei a família toda reunida. Os homens e filhas falaram que vão fazer tudo, mas sabe, acho que vai ter uma pitadinha de mãe nisso.

Quais foram os fatos que marcaram sua vida como mãe?

Tenho duas passagens marcantes na minha vida como mãe: a primeira foi o nascimento da minha filha Monique. Ela nasceu de parto pélvico e isso foi um susto para mim, mas, depois que tudo deu certo, ela foi trazida para perto de mim e nunca vou esquecer esse momento lindo da minha vida: ela, toda linda, perfeita e com seus lindos olhos azuis segurando meu dedo. Nossa, quando eu me lembro disso, meus olhos se enchem de lágrimas de emoção.

Outra passagem marcante da minha vida foi com a Júlia. Meu pai e minha mãe adoravam pescar no sítio e um dia estava lá, toda a nossa família pescando. Quando estávamos voltando da pescaria, a Júlia estava na frente segurando a vara de pescar e olhando para trás para mim, mas eu estava um pouco distante e ninguém mais estava perto.

De repente, ela caiu na lagoa. Eu só lembro que eu joguei tudo o que eu tinha na mão para o alto e fui correndo pular na lagoa para salvar a vida da minha filha. Chorei muito quando isso aconteceu. Depois desse dia, nunca mais saí de perto dela quando íamos pescar. Foi mais uma lição da vida para mim.