Saúde, disposição, brilho nos olhos. Quem vê Kelly assim hoje, tão recuperada, nem imagina que há exatos seis dias ela estava à beira da morte. O motivo? Pura crueldade.

Tudo aconteceu na tarde do último dia 12. Nesse sábado, o senhor Harry Penz, responsável pela ONG Equilíbrio Vital de Timbó, levou sua cachorrinha Kelly para o primeiro passeio.

“Ela mora há mais ou menos um ano conosco. É alegre, gosta de brincar, é um pouco manhosa, mas muito extrovertida e atrapalhada também. Naquele dia, achei que era hora para uma primeira volta pelo bairro”, relata Penz.

E foi assim que ele colocou em Kelly uma coleira e saiu pelas ruas a passeio. No trajeto entre os bairros Araponguinhas e Estados, ele diz que Kelly estava animada e curiosa.

Entretanto, esse momento feliz estava próximo de terminar. “Nós passamos por mais um poste e, justo ali, ela achou algo – que considerei até inesperado. Tinha um pedaço de linguiça que de imediato ela pegou e começou a mastigar, mas eu estranhei e logo tirei da boca dela, só que já era tarde.

Demoraram cinco minutos para que ela caísse no chão e não conseguisse mais levantar. Nesse momento me senti desesperado, ela estava tremendo muito, visivelmente fraca e salivando demais. Então liguei para meu filho”, relembra Penz.

Momentos de desespero

Quem foi ao socorro deles foi Mauricio Penz. Assim que chegou, os dois colocaram Kelly no carro e a levaram até a veterinária Arca de Noé, foi lá que tiveram certeza do diagnóstico.

“Foi uma viagem horrível. É muito triste você ver um ser vivo pelo qual tem tanto amor se debatendo e agonizando daquele jeito. Após uma breve análise clínica, a veterinária nos disse que Kelly estava sofrendo por envenenamento com chumbo, era isso que tinha naquele pedaço de linguiça. Durante 24 horas ela ficou lutando, estava entre a vida e a morte”, explica Mauricio.

Para a sorte da família Penz, que agiu de forma rápida, felizmente a vida de Kelly foi salva e hoje ela já está bem, fora de risco. Entretanto o caso, que ganhou muita repercussão, não é isolado.

“Nós queremos fazer um Boletim de Ocorrência (BO) ainda. Quem fez isso agiu com muita maldade e pode fazer de novo”, desabafa Mauricio. Senhor Penz, por precaução, andou por todo o bairro já, averiguando se havia algum outro alimento suspeito jogado por ali, mas não encontrou nada.

Ainda assim, uma coisa é certa: as caminhadas de Penz com seus cachorros não vão mais ser tão tranquilas quanto antes.

“A gente se surpreendeu com a repercussão de tudo, mas também estamos felizes em saber que tantas pessoas de importam com a causa e dão valor às vidas dos animais, afinal, qualquer outro cachorro poderia não ter tido a mesma sorte que Kelly.

Estamos revoltados com o que aconteceu e esperamos que a pessoa que teve essa atitude seja responsabilizada. O cuidado agora é redobrado, infelizmente temos que lidar com situações assim”, desabafa.