Doadores de vida

Juliana Reuter relembra sua história como doadora de sangue e reforça a importância do gesto solidário

Por Aline Brehmer 15/06/2018 - 11:09 hs
Foto: Divulgação/Redes sociais
Doadores de vida
Juliana Reuter é doadora de sangue há seis anos e, a cada três meses, faz sua contribuição no Hemosc

“Fazer o bem sem olhar a quem”. Essa frase se aplica com perfeição aos doadores de sangue (assim como os de órgãos). No dia 14 de junho foi comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue e, hoje, há milhares de pessoas que disponibilizam alguns instantes do seu dia para proporcionar mais tempo de vida a outras, através dessa simples atitude, e sem ter ideia de quem estão ajudando.

Mas, ainda que o reforço em cima da necessidade de ser doador aumente a cada dia, principalmente através de campanhas realizadas pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc), o estoque sempre preocupa.

Juliana Reuter Ferreira da Silva é uma dessas pessoas que conhecia a importância da doação e sempre pensava em participar nessa corrente do bem. O impulso decisivo para que ela de fato começasse a ser doadora foi quando uma tia sua teve leucemia e precisava repor aproximadamente 80 bolsas de sangue.

“Sempre tive vontade de ser doadora, mas ao mesmo tempo tinha receio, por vários motivos. Só que, quando minha tia adoeceu, pensei: ‘nossa, ela é tão participativa na sociedade, sempre alegre, um verdadeiro exemplo para mim’. Vi então que podia fazer algo por ela e tantas outras pessoas, então fui até o Hemosc de Blumenau pela primeira vez, há seis anos. Lembro nitidamente o quanto minha tia mudava, a vida que ela ganhava quando recebia bolsas de sangue, não tem palavras para descrever”, relembra a doadora de sangue tipo O+.

“Mais empatia e amor ao próximo”

Quando Juliana chegou no Hemosc, na primeira vez em que realizou o processo de doação, sentiu sua vida mudar e teve certeza que estava fazendo a coisa certa. “Desde o começo, sempre que vou para a cadeira de doação faço um pensamento positivo e lembro muito da minha tia.

Não é fácil admitir, mas a verdade é que só prestamos realmente atenção quando a situação nos atinge diretamente, quando o problema está em nossa família”, comenta.

Infelizmente, a tia de Luciana acabou perdendo a luta contra a leucemia, mas, a herança que deixou foi a mais valiosa: o amor ao próximo. “É muito prazeroso imaginar que você, por estar fazendo isso, está prolongando a vida de alguém.

Acho que a empatia tem que ser mais praticada, para que as pessoas deixem esse medo de lado. As desculpas são tantas, mas a verdade é que só não doa quem não quer, claro, tirando aquelas pessoas que devido a algum problema realmente não podem doar”, analisa.

Sempre com o carro cheio

Juliana revela ainda que faz questão de doar a cada três meses, que é o intervalo de tempo permitido para doações feitas por mulheres. “Sempre que estou lá, penso que um dia posso ser a pessoa que precisa daquela doação, a situação pode ser inverter. Desde quando minha tia adoeceu, comecei campanhas de conscientização e há seis anos, com o auxílio de muitas pessoas, conseguimos repor 48 bolsas de sangue no Hemosc.

Faço uma triagem básica com todos que levo comigo quando vou doar, sempre estou com o carro cheio na hora de ir para Blumenau e já vivi as mais diversas situações lá. Penso que às vezes falta um pouco mais de incentivo local para isso, acesso para que as pessoas possam ir até o Hemosc, mas, o que está ao meu alcance, sem dúvida está sendo feito”, garante a empresária, que também é doadora de medula óssea e neste mês irá realizar sua segunda doação no ano de 2018.

Uma doação que salva várias vidas

Uma única doação dura em média até 55 minutos e pode salvar até quatro vidas ou até mais, dependendo qual é a necessidade de cada paciente naquele momento. A bolsa de sangue coletada será fracionada nos hemocomponentes e ficará aguardando o resultado dos exames. Se esses derem resultados negativos, então o sangue será encaminhado para hospitais e clínicas para ser transfundido no paciente.

O intervalo de doação para homens é de 60 dias e para mulheres é 90 dias. Entretanto, recomenda-se que o homem doe até quatro vezes e a mulher até três vezes nos últimos 12 meses.

Sangue O+

Hoje, segundo divulgado no site oficial do Hemosc, as bolsas de sangue dos tipos A+, A-, B+, B-, AB+, AB- e O- têm seus estoques considerados como ideais. Entretanto, o tipo O+ está reduzido.

Ainda assim, o indicado é que as pessoas sempre doem, independentemente do tipo sanguíneo, para manter o estoque, garantindo que mais vidas possam ser salvas.

O Hemosc de Blumenau está localizado na rua Theodoro Holtrup, número 40, no bairro Vila Nova. O telefone para contato é o (47) 3222-9800 e mais informações sobre a doação podem ser obtidas acessando o site www.hemosc.org.br.