Cedup está proibido de abrir vagas

Ofício encaminhado pelo Governo do Estado de SC proíbe que novas turmas iniciem aulas no Cedup

Por Aline Brehmer 29/06/2018 - 15:22 hs
Foto: Jornal Café Impresso
Cedup está proibido de abrir vagas
Cedup Timbó atualmente oferece quatro cursos no ensino técnico

Proibida a abertura de novas turmas nos cursos técnicos do Cedup? É isso que consta no Ofício Circular 215/18, recebido nesta semana pela diretora do Cedup, Rafaela Alessandra Schneider Hinsching.

No documento encaminhado pelo Governo do Estado através da Gerência de Educação para todos os Cedups de Santa Catarina, consta que “Não será autorizada a abertura de novas turmas do primeiro módulo dos cursos concomitantes subsequentes da educação profissional para o segundo semestre de 2018”.

Rafaela explica que o Ofício foi encaminhado no dia 22, mas só chegou a seu conhecimento nesta segunda-feira, dia 25. “Assim que recebi o Ofício, protocolei outro contestando essa decisão, afinal de contas, não é somente o Cedup, mas toda a comunidade, além das empresas, será prejudicada. Temos muitos colaboradores de indústrias que vêm se profissionalizar aqui”, alega.

Ofício em resposta ao Governo

Segundo a diretora, como as inscrições para as novas turmas que iriam iniciar em julho já estavam abertas e com candidatos, os nomes inscritos ficarão na fila de espera até que novas turmas possam ser abertas. Da mesma forma, as matrículas continuam sendo feitas para que, quando a situação se normalizar e as turmas puderem ser abertas, haja o número necessário de alunos para iniciar as aulas.

No Ofício encaminhado por Rafaela ainda consta que “três turmas se formam no próximo dia 22 de julho, permanecendo outras três em continuidade. No presente momento temos demanda e procura por vagas nos cursos que o Cedup Timbó (...) justificamos a necessidade da abertura de turmas quando houver, no mínimo, 25 inscritos em cada curso, uma vez que se faz necessária a manutenção e continuidade das atividades escolares pedagógicas do Cedup Timbó e o bom atendimentos às empresas e comunidade (...)”.

A diretora informa que, até ontem, dia 28, ainda não havia recebido nenhuma resposta ou declaração por parte do Governo. O Ofício foi assinado pela diretora de Gestão na Rede Estadual da SED, Marilene da Silva Pacheco e pela gerente da Coordenadoria Regional da Grande Florianópolis, Maike Cristine Kretzschmar Ritze.

“Isso é um retrocesso”, afirma Marchetti

Após ter conhecimento acerca da decisão, o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Timbó, Douglas Marchetti, também se posicionou a respeito da notícia.

“Acho um retrocesso. Essa decisão da SED e do governador Eduardo Pinho Moreira, para mim, segue uma linha de raciocínio similar à de nosso presidente Michel Temer. Pelo que sei até o momento se trata de corte de gastos.

Somente neste ano o governo já executou algumas vezes o corte na educação, mas ainda assim não atingiu o limite dos 25%, está abaixo dos 23% do investimento na educação em Santa Catarina segundo a estimativa de 2018. Vejo como uma decisão tomada de forma irresponsável e que trará grande prejuízo à comunidade e indústrias, que precisam da mão de obra qualificada”, analisa.

Marchetti ainda destaca que será encaminhada uma Moção de Apelo ao Governo do Estado e deputados da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para que essa decisão seja revertida.