65 anos de mãos na graxa e sucesso

Alfredo Bloedorn Júnior, proprietário da Auto Mecânica Bloedorn, deu continuidade ao trabalho que seu pai iniciou e explica a fórmula dessa história de sucesso

Por Aline Christina Brehmer 10/12/2018 - 16:36 hs
Foto: Rafael David/Jornal Café Impresso

“Desde pequeno estava no meio da graxa. Até hoje, mesmo aposentado, não larguei mão de trabalhar na oficina. Gosto de colocar a “mão na massa”, regular um carro, tirar uma falha, essas coisas”. O relato é de ninguém menos do que Alfredo Bloedorn Júnior, conhecido também como Fredy.

Proprietário da Auto Mecânica Bloedorn, em Timbó, ele relata como essa história, que começou em 1953 com seu pai, Alfredo Bloedorn, superou todas as expectativas e desafios.

“Olhando para trás, vejo que nossa mecânica é pioneira na cidade. Se não a primeira, mas sem dúvida foi uma delas, tanto é verdade que há muito outros mecânicos que se formaram aqui e, adiante, abriram seus próprios negócios. O grande professor foi meu pai, ele entendia tudo sobre o serviço”, relata Fredy.

Seu Bloedorn já é falecido, mas o legado dele permanece intacto, já passando para a segunda geração. A paixão pela mecânica está no DNA da família.

“Aqui onde é a oficina hoje que meu pai iniciou suas atividades com uma ferraria, assim que tudo começou. Depois foram surgindo outros tipos de consertos e o trabalho foi tomando novos rumos, chegando onde estamos hoje”, comenta o mecânico.

Amor pelo trabalho

Para Fredy, a paixão pelo trabalho é o que realmente faz a diferença. “A mecânica em si não muda muito. Claro que há modernidade, modificações na parte de regulagem, sistema elétrico também. Mas tem que gostar do que faz, eu sabia que essa era minha vocação desde pequeno. Faria tudo de novo”, reflete.

E uma das vantagens que o trabalho traz na vida dele são as amizades. De tantas histórias e consertos já realizados no decorrer desses mais de 50 anos de profissão, uma situação permanece gravada na memória do mecânico.

“Uma vez um senhor que tinha um golzinho falou que seu carro estava com problema. Fazia uns dois meses que o veículo dele estava pifando e ele teve que subir uma serra inteira somente na primeira marcha, ninguém dava jeito naquilo. Quando ele veio até nós, conseguimos identificar o problema, que era no catalisador. Resolvemos e o carro funcionou. Esse homem era vendedor de roupas e lembro que me deu várias camisas, bermudas, ficoumuito contente com nosso serviço. Claro que nós também, esse reconhecimento é nossa motivação”, confidencia.

Matando as charadas

E foi assim, matando as “charadas”, como Fredy chama, que sua clientela foi se tornando fidelizada. Para ele, muitos problemas podem ser detectados e resolvidos apenas ouvindo o que o carro tem a “dizer” – mas isso exige, mais do que atenção, muito estudo e aprimoramento.

Hoje os Bloedorns têm uma forte parceria com as companhias de seguro, estando credenciados em quase todas. Sempre atentos à inovação, qualidade e praticidade, a mecânica realiza vistorias por imagem – sem necessitar mais da vinda do perito.

“Nós encaminhamos as imagens para a companhia, seja aqui ou no Rio de Janeiro, São Paulo. Eles então nos enviam o orçamento e efetuamos o serviço. Certa vez um cliente nosso falou, e acredito que caiba relembrar essa frase aqui após consertarmos o carro dele: “Dizem que em fusca todo mundo mexe, mas tem que saber mexer”. Essa atenção especial é apenas mais um dos diferenciais que temos”, analisa o profissional.

Família acima de tudo

Mas acima da paixão pelo trabalho, Fredy também faz questão de dizer que dedica sua vida à família. Hoje o seu único filho, Jackson Bloedorn, é seu braço esquerdo na oficina.

“Ele cuida mais da parte burocrática, mas quando precisa também coloca a mão na graxa. O meu netinho Lucas tem apenas quatro anos, mas sempre que pode, ele vem correndo até na mecânica para me ajudar no serviço”, revela entre sorrisos o vovô.

E claro que ele não deixa de mencionar seu braço direito em toda essa história: a esposa Leonida Heinig Bloedorn, com quem está casado há 37 anos.

“Ela está comigo sempre, desde o início de tudo. Hoje coordena toda a parte financeira da mecânica, além de ser minha sócia. Sem ela sei que não teria chego até aqui. Ela está sempre envolvida no trabalho dos mecânicos também, de olho em tudo o que acontece”, comenta Fredy.

E para 2019?

E foi assim, primeiro nos fundos do Posto Erwin Rahn, depois passando para perto da antiga Lojas Macymar (próximo à primeira sede do Supermercado Schütze) e, então chegando à Pomeranos, que a Auto Mecânica se consolidou como uma das mais fortes de Timbó e região.

Apesar de hoje a situação, em termos financeiros, não estar tão favorável, Fredy se mostra otimista para 2019. “Não está legal para ninguém no momento, mas acredito que a partir do próximo ano isso irá melhorar, vai ter avanço. Mesmo em meio às crises que já enfrentamos, não podemos reclamar. Aqui sempre houve serviço e vai continuar sendo assim”, comenta o mecânico.

Mas, para o fim de 2018, os planos já estão traçados: aproveitar um tempo na praia e curtir o verão junto à família. “Tem que descansar né? Faz bem também e a gente vai tirar nossas férias para no próximo mês voltar com tudo”, garante o empresário.