Resgates contam com apoio de Indaial

Comandante Evandro Vinotti, do Corpo de Bombeiros Voluntários de Indaial, desabafa sobre os últimos dias em Brumadinho (MG)

Por Aline Brehmer 01/02/2019 - 10:20 hs
Foto: Divulgação
Resgates contam com apoio de Indaial
Há mais de 200 pessoas que ainda estão desaparecidas em Brumadinho (MG)

“Nada pode nos preparar para o que encontramos ao chegar ali”. As palavras são do comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Indaial, Evandro Vinotti. Junto a outros colegas de farda, ele está em Brumadinho (MG) auxiliando no resgate de vítimas da tragédia que aconteceu a exata uma semana.

O mês de janeiro encerrou contabilizando 99 mortes em Brumadinho (MG). O rompimento da barragem de rejeitos devastou a cidade, que agora, assim como todo o país, vive dias de luto – e espera.

Ainda há mais de 200 pessoas desaparecidas e até mesmo 130 militares israelenses (que se despediram do Brasil ontem, dia 31) vieram ajudar as equipes dos bombeiros no local.

Bombeiros Voluntários de Indaial em ação

A redação do Café Impresso entrou em contato com Vinotti, que explicou qual tem sido o papel desempenhado pelos bombeiros voluntários no local. “Logo quando chegamos, no último domingo, havia ainda risco de que uma outra barragem dessa vez de água, rompesse. Mas felizmente esse risco diminuiu para Grau 1, então passamos a atuar efetivamente na área de resgate”, relata.

O comandante também desabafou sobre como tem sido os dias em Brumadinho. “Estamos ajudando, fazendo as buscas. Todos os dias nos apresentamos no posto de comando, que nos orientam sobre a operação a ser realizada naquele dia. Temos acompanhamento do Capitão Raniere. Estamos todos juntos, na luta para encontrar as vítimas. É tudo muito triste, tem várias pessoas desaparecidas e quase todos que moram aqui têm algum parente que está nessa lista”, diz.

Vinotti comenta que logo quando a equipe partiu de Indaial rumo à Minas Gerais no último sábado, dia 26, a programação era ficar entre oito e nove dias auxiliando nas operações. “É provável que retornemos neste fim de semana, mas não há nada confirmado, afinal, há vários fatores a serem considerados antes de qualquer decisão. O que posso garantir é que nossa equipe, assim como os demais bombeiros que trabalham aqui, está com sentimento de dever cumprido. É triste, impactante e difícil, mas vivemos para isso, para salvar vidas e, quando isso não for possível, realizar o resgate dos entes queridos de todas essas famílias”, ressalta o comandante.

Mais de 300 pessoas foram encontradas

As buscas em Brumadinho pelas vítimas soterradas sob a lama depois do rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Vale, na Mina Feijão, continuam. Último balanço oficial confirmou que até ontem, dia 31, havia 99 mortes, sendo que 57 corpos já foram identificados. Cerca de 393 pessoas já foram encontradas, mas os bombeiros ainda procuram por 259 pessoas que  continuam desaparecidas desde a última sexta-feira, 25, quando ocorreu a tragédia.

barragem 1 da Vale devastou a região conhecida como Vila Ferteco, zona rural do município, e além das mortes provocadas, deixou um rastro de destruição. Várias casas, pousadas e sítios foram soterrados pela lama, que agora avança pelo rio Paraopeba (um dos afluentes do rio São Francisco), matando animais e causando estragos ambientais considerados tão graves quanto os do desastre de Mariana (2015).

É o segundo desastre com uma barragem da Vale no Estado. A Empresa diz que vai por fim a represas como a de Brumadinho em dez locais.

Fonte: El País/Brasil | G1

SC tem 44 barragens que devem receber fiscalização prioritária

Santa Catarina tem 44 barragens incluídas numa relação anunciada pelo Governo Federal para receber fiscalização prioritária após a tragédia em Brumadinho (MG). A lista abrange todas as represas consideradas vulneráveis no país, enquadradas na categoria de risco alto ou com dano potencial alto.

Entre as unidades catarinenses estão 37 hidrelétricas e sete barragens de contenção de rejeitos de mineração. Todas são classificadas como de alto dano potencial pela Agência Nacional de Águas, mas apenas uma está na lista de alto risco: trata-se da barragem de mineração Novo Horizonte, controlada pela Carbonífera Catarinense em Lauro Müller.

Em um comunicado oficial, a empresa informou que a barragem se encontra em processo de desativação, com apenas 4,5% da área original em operação. Outra barragem mantida pela empresa na cidade, conforme o comunicado, já foi aterrada e não está mais em operação. Ambas as estruturas foram vistoriadas em novembro, diz o texto.

Por determinação do Conselho Ministerial de Supervisão de Respostas a Desastre do Governo Federal, 3.386 barramentos serão vistoriados por seus respectivos órgãos fiscalizadores no país. É a primeira vez em que há uma decisão de governo determinando a inspeção dos empreendimentos que apresentam impacto com riscos de rompimento e à população.

Fonte: NSC Notícias