Secretaria da Saúde alerta para a baixa procura pela vacina contra a gripe em Santa Catarina

Até o momento, apenas 10,15% da população dos grupos prioritários procurou uma unidade de saúde para se imunizar

Por Roman Raiter 08/04/2024 - 08:42 hs
Foto: Divulgação

Após quase duas semanas do início da Campanha de Vacinação contra a gripe, a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) registra baixa procura pela vacina que previne a doença.

Até o momento, apenas 10,15% da população dos grupos prioritários procurou uma unidade de saúde para se imunizar. A meta da Campanha de Vacinação é de 90%.

Entre os grupos, os que estão com a cobertura vacinal mais baixa são o de puérperas (5,42%), mães até 45 dias após o parto, e o de crianças de 6 meses a 5 anos de idade (5,43%). Os idosos com 60 anos ou mais são os que mais se vacinaram (12,4%), mas a meta de vacinação para este grupo ainda está longe da desejada.

João Augusto Brancher Fuck, diretor de vigilância epidemiológica, destaca que esses índices de vacinação preocupam, devido ao expressivo número de internações e mortes que já foram registrados pela doença este ano no estado.

Levantamento realizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) mostra que até o momento foram notificadas 255 hospitalizações pela doença e 19 mortes, sendo que 16 (84%) foram de idosos com 60 anos ou mais.

Foi também por esse aumento do número de casos e mortes logo no início do ano que o Ministério da Saúde (MS) decidiu antecipar a Campanha de Vacinação para o mês de março.

Em Santa Catarina, a mobilização começou no dia 25 de março e segue até o dia 31 de maio. O dia D, sábado em que há uma mobilização estadual para vacinação, está previsto para ocorrer no dia 13 de abril.

A gerente de doenças infecciosas agudas e imunização da DIVE, Arieli Schiessl Fialho, ressalta que a população dos grupos prioritários não deve esperar a chegada do frio para procurar a vacina contra a gripe.

“Pelos dados, a gente percebe que já há um aumento na circulação do vírus influenza no estado. E com a chegada do frio, a expectativa é que essa situação se agrave. A antecipação da Campanha serve justamente para que a população mais vulnerável, que é a dos grupos prioritários, esteja protegida quando houver um aumento ainda maior da circulação do vírus da gripe”, destaca a gerente.

A vacina contra a gripe oferecida na rede pública de saúde previne os principais vírus influenza presentes no Brasil, que são a influenza A (H1N1), influenza A (H3N2) e o vírus influenza B.

No entanto, a proteção só ocorre de duas a três semanas após a aplicação da dose.

Os grupos prioritários da Campanha de Vacinação contra a gripe são:

* Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
* Trabalhadores da saúde;
* Gestantes e puérperas (mães até 45 após o parto);
* Professores do ensino básico e superior;
* Povos indígenas e quilombolas;
* Idosos com 60 anos ou mais de idade;
* Pessoas em situação de rua;
* Profissionais das Forças de Segurança e Salvamento;
* Profissionais das Forças Armadas;
* Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade;
* Pessoas com deficiência permanente;
* Caminhoneiros;
* Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso;
* Trabalhadores Portuários;
* População privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas.