Aumento de 73,7% dos focos de dengue faz Blumenau intensificar combate ao Aedes

Prefeitura de Blumenau vai incluir a compra de um drone em edital da Faema. Equipamento será utilizado no mapeamento de focos

23/04/2019 - 14:33 hs
Foto: Divulgação/Internet

Desde o início do ano foram registrados 139 focos de dengue em Blumenau, um número 73,7% superior ao mesmo período do ano passado, quando haviam sido registrados 80 pontos na cidade. Este aumento serve de alerta para a equipe da Vigilância Epidemiológica, que vai investir em equipamento para mapeamento de focos do Aedes aegypti, mosquito de doenças graves como dengue, zika e chikungunya.

Em reunião convocada na manhã desta terça-feira, o prefeito Mário Hildebrandt (sem partido) reuniu os agentes da Vigilância Epidemiológica para conhecer a situação no município e reforçar o alerta com relação aos cuidados com a proliferação de focos do mosquito.

Entre as ações anunciadas, destaca-se a capacitação de servidores para acessar locais altos, de difícil acesso, como calhas. Além da compra de um drone, que vai facilitar o monitoramento dos focos. A aquisição do equipamento será feito por meio de processo licitatório da Faema, que está em andamento.

Segundo o presidente da Faema, Éder Boron, a fundação está adquirindo dois drones para uso da fiscalização ambiental e na Defesa Civil. Em face da utilidade pública e urgência da situação, será incluído mais um drone para o controle da dengue.

– Os modelos de drone que temos na Faema e servem muito bem para essa espécie de atividade gira em torno de R$ 5 mil. Agora, faremos as devidas pesquisas de preço no processo administrativo de aquisição. Enquanto isso, vamos ceder o drone que temos para os voos necessários e mais urgentes para o combate a dengue – diz Boron.

De acordo com a coordenadora do Programa de Combate à Dengue na cidade, Eleandra Casani, o cenário atual é de 139 focos no município. Eles se concentram em várias regiões, mas principalmente nos bairros Velha, Salto do Norte, Itoupavazinha e Victor Konder. Eleandra alerta que a população precisa tomar consciência e observar os cuidados básicos e eliminar todos os reservatórios.

– Contamos como reservatório pontos uma piscina até uma tampinha de refrigerante. Precisamos olhar todos os locais, como calha, bromélias e até as folhas nos jardins – aponta a coordenadora.

Para que a identificação e controle dos focos sejam feitos, a Vigilância Epidemiológica conta hoje com 28 agentes de combate ao Aedes Aegypti. Os profissionais têm enfrentado um problema a mais: a falta de confiança da comunidade, que acaba não deixando os agentes entrarem nas residências para fazer a verificação dos focos.

A Vigilância Epidemiológica disponibiliza no site da prefeitura uma página com as fotos dos profissionais que atuam em campo no combate aos focos do mosquito, além da Ouvidoria 156, opção 2. Estes agentes atuam nas casas onde o foco já foi detectado, mas é fundamental fazer o monitoramento em um raio de 300 metros do local, por isso a necessidade de visitar outras residências e orientar as famílias sobre os cuidados e providências a serem tomadas.

Blumenau registrou dois casos neste ano

Até o momento, o município possui dois casos confirmados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC) de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e mais 20 estão sendo investigados pelo município. No ano passado foram três: dois de chikungunya e um de dengue. Todos os casos são considerados importados, de pessoas que foram contaminadas fora do Estado, no Rio de Janeiro e Paraíba.

Este ano, porém, a maior preocupação é com quem está no Litoral de Santa Catarina. As pessoas devem redobrar o uso de repelente e também fazer uma vistoria no carro para ver se não estão trazendo o mosquito na bagagem.

– Estamos em uma região enfestada. O que está acontecendo é que o mosquito está vindo junto com os veículos, então é extremamente importante que as pessoas tenham a orientação de usar o repelente e verificar os veículos – alerta Eleandra.

Dicas e cuidados

Confira orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;

• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

• Mantenha lixeiras tampadas;

• Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;

• Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

• Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;

• Mantenha ralos fechados e desentupidos;

• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

• Retire a água acumulada em lajes;

• Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;

• Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;

• Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue.

Denuncie

Caso você identifique a existência de possíveis focos de Aedes aegypti, você pode entrar em contato com a Secretaria Municipal de Promoção da Saúde, através da Ouvidoria, pelo telefone 156, opção 2.

Fonte: NSC