“O que é ser extraordinário para você?”. A pergunta parece simples, mas na verdade está longe disso, principalmente ao pensar que é voltada para alunos da primeira série do ensino fundamental.

Tão pequenos, eles já começam a ter conhecimento sobre o real significado da palavra “extraordinário”. Tudo isso acontece através de um trabalho feito pela professora Claudia Maria Prade Jansen, que conta também com o auxílio dos pais nessa tarefa.

É ali, em Rio dos Cedros, na Escola Municipal Expedicionário Servino Mengarda, que os pequenos receberam importantes visitas nos últimos dias. “O trabalho é feito por etapas e cada uma delas é trabalhada em um bimestre. No primeiro, a missão deles era ler, junto com sua família, o livro “Somos todos extraordinários”, do escritor e ilustrador R.J. Palacio. Depois, foi sugerido que, em uma cartolina, as crianças junto de seus pais responderiam à pergunta mencionada no início da matéria. Esses trabalhos foram apresentados e, em cima disso, os alunos dialogaram em sala”, explica a professora.

Para complementar essas atividades a turma também assistiu, em sala, o filme “Extraordinário”. Diante dessas duas emocionantes e inspiradoras histórias, eles conheceram ao vivo algumas pessoas que, nas palavras de Claudia, “são exemplos reais do que é ser extraordinário”.

Visitas que tocam o coração (e reforçam valores)

Uma das visitas que marcou essa turminha foi a do riocedrense Vilson Bertoldi, que apareceu na sala de aula da primeira série no dia 14 deste mês. Portador de deficiência visual, ele conversou com os estudantes e contou sua história, que não somente sensibilizou como emocionou a todos.

“Foi uma conversa muito espontânea, onde todos nos sentimos à vontade. Os pequenos ficaram admirados com a história do seu Vilson. Através desse simples, mas ao mesmo tempo tão importante exemplo, essas crianças fortaleceram em si a importância dos valores, respeito, atenção e consideração”, reflete Claudia.

Mas seu Vilson não foi a única visita que tocou esses corações. A turma também saiu à campo e foi conhecer de perto o trabalho dos bombeiros e, em outro momento, ouviram a história do Altair Lenzi, que é cadeirante e vereador na cidade.

“O objetivo aqui é mostrar que somos todos importantes naquilo que fazemos, naquilo que somos. O amor está em todos nós, mas não é através de palavras e sim de atitudes que ele se manifesta”, analisa a professora.

A importância da família

Para Claudia, o fato de os pais participarem desse projeto é a forma ideal de também despertá-los para a realidade dessa proposta. A reação das crianças em relação a tudo o que estão vivendo e aprendendo, no ponto de vista dela, não poderia ser melhor.

“Elas estão tão entusiasmadas. Interagem, questionam, prestam toda a atenção. Nesta semana nós, a outra turma do primeiro ano e outros profissionais da escola, como as merendeiras e pessoas responsáveis pela limpeza da instituição, fomos visitar alguns estabelecimentos em Timbó e também aqui em Rio dos Cedros. Fomos muito bem recebidos e a intenção era que as crianças fizessem uma breve apresentação, cantando. Quem viu e ouviu, se encantou”, revela a professora, destacando que o convite feito aos demais presentes na visita foi com foco de reforçar a importância da amizade.

 Confraternização

Claudia destaca que por trás de todas essas ideias, visitas e aprendizagem, o objetivo principal é trabalhar a espiritualidade, fé e esperança – independente da crença que as pessoas possuam.

“Deus é tudo, é amor! Estamos muito animados para as próximas etapas que estão por vir. Esse projeto acontece até o final do ano. Em novembro nós iremos nos reunir novamente junto às famílias para uma confraternização”, comenta a professora.

Nessa ocasião, ela diz que serão expostos os trabalhos feitos na cartolina (dentre demais atividades que englobam outros temas) no início deste ano. Além disso os pais irão receber, em um pen-drive, registros dos trabalhos desenvolvidos neste ano letivo.

“Ao encerrar esse dia de confraternização que está por vir, e que está sendo pensado como forma de enaltecer a parceria da escola com as famílias, queremos que palavras como ajudar, acolher, amar e respeitar continuem norteando a vida de todos, sensibilizando para as ações e possíveis mudanças que todos podemos e somos capazes de fazer”, afirma Claudia.