Nesta semana um vídeo, gravado em Indaial, ganhou forte repercussão – e gerou uma revolta sem precedentes na comunidade. Na gravação um homem (cuja identidade não pode ser divulgada) está deitado em uma cama.

Nesse momento ele pede para que uma pessoa, que está com o celular em mãos, grave ele dando tapas no rosto de uma menina, que está na cama também, logo à sua frente.

Na sequência ele pede para essa mesma pessoa, que está segurando o smartphone, que vire a câmera um pouco mais para a esquerda. Ali, há uma adolescente com uma bebê de colo, que ele ameaça.

As agressões teriam acontecido em um bairro de Indaial no último domingo, dia 24, e tanto a menina mais nova quanto a adolescente seriam filhas dele. Em uma entrevista concedida à RICTV, de Blumenau, a mãe das meninas teria relatado que sofria violência doméstica do pai de suas filhas e que, há quatro anos, havia pedido a separação.

O medo de uma mãe

No dia em que as agressões contra as meninas aconteceram, as três filhas (de 11, 13 e 17 anos) estavam visitando o pai. Quando ele descobriu que a filha mais velha (a que aparece com uma bebê de colo no vídeo) estava grávida novamente, teria iniciado as agressões contra a mais nova, de 11 anos, e obrigado a filha de 13 anos a filmar as cenas.

Em seguida, teria então enviado as imagens para sua ex-mulher, que é mãe das garotas. “Logo depois das agressões recebi o vídeo e entrei em pânico. A polícia foi chamada e eu fui buscar elas. Espero que a justiça seja feita, porque se não fizer nada agora, mais tarde ele vai fazer isso de novo”, relatou a mãe das meninas à RICTV.

O Conselho Tutelar também foi acionado e, tanto a mãe quanto as meninas, foram interrogadas, recebendo também amparo psicológico devido aos traumas sofridos. O pai delas, que aparece no vídeo, teria se apresentado na Delegacia de Polícia de Indaial nessa quarta-feira, dia 27, e foi preso ontem.

“Foi expedido o mandado de prisão e ele foi detido, sendo encaminhado até a Unidade Prisional Avançada (UPA) de Indaial. Agora temos dez dias até concluir o inquérito, para darmos andamento ao caso”, explica o delegado responsável pelas investigações, Romildo Parno. (Com informações de ND Mais)

Mal-entendido

A repercussão do vídeo teria começado através da página pessoal do facebook do senhor Osmarino Pacheco, que postou em sua rede social a gravação. Entretanto, devido a um mal-entendido e falha de comunicação na hora de se expressar em sua postagem, muitas pessoas acabaram achando que aquele homem no vídeo era Osmarino; entretanto, não era. Ele deu uma entrevista de esclarecimento à Rádio Clube de Indaial. Confira, a seguir, o que ele disse.

“Isso foi um ato que fiz sem pensar no que poderia acontecer. Achei que fosse para prender o homem, mas muitas pessoas acham que eu sou o cara do vídeo, mas não sou. O vídeo chegou até mim e só postei, mas sem imaginar que a população pensaria que eu sou. Me chamo Osmarino Pacheco, trabalho com pintura há 20 e poucos anos. Sou um trabalhador e não posso levar uma culpa, de repente até ser linchado pela população de Indaial, por isso. Recebi e postei por impulso, não soube me expressar corretamente e foi onde que começou essa baderna de me julgar, falar que sou pedófilo, vagabundo, mas não sou não. Não fui essa pessoa. Tenho meus netinhos, minha esposa, meus gatinhos e cachorrinhos. Tenho uma filha dentro de casa, jamais faria maldade a ela. Ligaram lá em casa já, teve gente me ameaçando”, disse Osmarino.