A noite em que Timbó virou rubro-negro

Timboenses se reuniram no Centro da cidade para comemorar o título do Mengo na Copa Libertadores da América

Por Aline Brehmer 29/11/2019 - 16:11 hs
Foto: Levi Liesenberg/Bruno Girargi

Emoção pura! Essas são as duas palavras que melhor definem o que milhares de timboenses (e milhões de pessoas pelo Brasil e mundo afora) sentiram na noite do último sábado, dia 23.

Para esses torcedores, que choraram, riram e se desesperaram, essa foi uma noite simplesmente épica. Após 38 anos de muita espera e ansiedade, o Flamengo se tornou bicampeão da Copa Libertadores da América!

Em solo peruano, o time testou o coração de muita gente. Levando um gol do Ribvr, time adversário, no primeiro tempo, os torcedores da nação rubro-negra não se deixaram abalar – e essa convicção fez a diferença!

A expressão “aos 45 do segundo tempo” nunca fez tanto sentido quanto nessa final de copa, porque foi ali, a pouquíssimos minutos de o juiz apitar o final do jogo, que o Mengão empatou!

Já nos acréscimos, pouco tempo depois, o time fez o inacreditável: virou o jogo e se consagrou campeão. Esse momento havia sido vivido pelos torcedores apenas uma vez na história, lá em 1981, quando conseguiram o primeiro título na Libertadores.

Foram quase quatro décadas de espera e, como não poderia ser diferente, a comemoração tomou conta do Brasil – mas, especialmente, de Timbó. A Praça da Thapyoka estava tingida por vermelho e preto. Lágrimas, sorrisos, agradecimento, abraços. Flamenguistas timboenses unidos por uma mesma alegria e emoção, que jamais irão esquecer o quanto essa vitória foi importante.

E por falar em timboenses, a redação do Café Impresso conversou com alguns dos torcedores rubro-negros mais apaixonados pelo time – que, por sinal, ainda estão comemorando a vitória, uma semana depois do jogo. Veja o que eles relevaram sobre esse momento tão marcante.

  Levi Liesenberg

“Viver esse momento foi uma emoção indescritível! Em 1981, quando o Flamengo ganhou a Libertadores pela primeira vez, eu e meu irmão éramos crianças. Meu pai, para registrar a importância daquele momento, fez uma foto que mandou emoldurar e colocar em um quadro.

Esse quadro ficou no quarto que eu e meu irmão dividimos por anos. Nós nos mudamos muitas vezes, porque meu pai era gerente de banco e aconteciam as transferências. Fui o último a sair de casa, para morar sozinho, mas o quadro continuou lá. Quando o Flamengo repetiu esse feito, 38 anos depois, eu e meu irmão estávamos juntos e logo recriamos a imagem.

Fizemos essa foto, com o quadro em mãos, uma forma também de que nosso pai, hoje falecido, estivesse presente em um momento que é de pura emoção! O quadro agora voltou para o seu quarto e temos essa nova foto, que também vamos emoldurar. Agora, aguardamos a próxima vitória. O sábado foi e ainda continua sendo uma alegria sem fim para os flamenguistas” 

 Gustavo Kalil Longo

“Final da Libertadores da América: a data mais esperada e o dia mais especial de todas para nós, Flamenguistas. A semana que antecedeu a final foi mal dormida, de nervosismo e apreensão, ainda mais porque o Flamengo não chegava a uma final de libertadores há 38 anos.

Fizemos um evento no salão do São José, na cidade de Rio dos Cedros, com telão para este jogo tão especial. Conseguimos reunir perto de 150 Flamenguistas.  Bem, o jogo começou e estava todo mundo cantando, fazendo festa, até que aconteceu o pior: gol do River! Dos 13 até os 87 minutos foi um misto de angústia e nervosismo, ninguém conseguia olhar para o torcedor ao seu lado, todos apreensivos, até que então surge ele: GABIGOL, um ser iluminado e predestinado. E foi ali, aos 88 minutos, que os corações de 40 milhões de torcedores do Flamengo aliviaram. Todos pulavam, gritavam, choravam. Me joguei no chão e levantei as mãos para o céu e agradeci! De repente várias pessoas pularam em cima de mim e me esmagaram no chão. Quando eu consegui levantar olhei para o telão e estava lá ele novamente, o nosso salvador GABIGOL, e fez o segundo gol!

Não me lembro de ter uma emoção igual a essa na minha vida, foi surreal! Se tivéssemos escrito uma cena dessas, com certeza não seria tão perfeita quanto foi”

  Mauro Sérgio Howe

“Depois de 38 anos sem esse título, a conquista foi muito sobre ver novamente o Flamengo brilhar! Sabíamos que éramos em muitos torcedores, mas não imaginávamos que fossem tantos assim. Torcer por um time é algo muito especial e, quando esse time brilha, é ainda mais! A forma como aconteceu o jogo também contribuiu para a alegria de tanta gente, para o grito da vitória, até porque, foram nos últimos minutos que tivemos certeza da vitória, e isso fez com que a explosão de alegria fosse ainda mais intensa” 

 Rafael A. R. Koemmreit

“Sou flamengo, porque meu pai e avó também eram, então cresci assistindo os jogos e escutando na rádio. Estava a semana toda agitado, e sábado então, nem se fala. Sabia que seria uma partida difícil, mas não tanto. Quando saiu o gol fiquei apreensivo, mas tinha confiança que iríamos empatar e virar. O tempo foi passando, até que chegou uma hora em que pensei “não vai dar mais”. Quando empatamos foi uma alegria imensa! Aí pensei “temos mais meia hora para virar”, e logo depois veio o gol da virada! Fiquei de joelhos e agradeci a Deus e não paramos mais de comemorar. A voz voltou ao normal só três dias depois”