“Ele não para de falar que vai poder doar a medula para o irmão”. As palavras chegam carregadas pelo alívio de uma mãe que, há menos de um ano, viu sua vida se transformar (e temeu que fosse desmoronar a qualquer minuto).

O nome dela é Iraci Steinert, de 40 anos. No início de 2019, ela e seu marido, Adriano Oliveira, 43 anos, descobriram que seu filho mais velho, que também se chama Adriano, e tem nove anos, estava com câncer (mais precisamente, com linfoma anaplásico e grandes células), que acabou evoluindo para os ossos, quadril e coluna.

De lá para cá, iniciou uma corrida contra o tempo para salvar a vida do primogênito – e foi nesta semana que, pela primeira vez, a família pode sentir uma verdadeira sensação de alegria.

Isso porque o filho do meio, Adriel, de sete anos, pode ter a cura que o irmão mais velho tanto precisa. “Fomos informados pelos médicos que a única chance real de cura do Adriano era através do transplante de medula. Todos da família fizemos os testes e, com a graça de Deus, a medula de Adriel é compatível”, explica Iraci (que ainda tem mais uma filha, a caçula Adriana Vitória, de quatro anos).

Misto de alívio, preocupação e esperança

Mas mesmo em meio a esse momento de esperança e breve alívio, a preocupação ainda existe. Isso porque, segundo Iraci, apesar de Adriel ser compatível, há outros exames que estão sendo feitos para determinar se esse transplante realmente pode ser feito.

“Para nós foi uma surpresa, porque é raro alguém da família ser compatível, mas todos ficaram muito felizes com a notícia. O Adriel ficou com um sorriso enorme e falou: “eu vou salvar a vida do meu irmão, não tenho medo de fazer exames porque vou ajudar o mano”. Foi muita emoção”, compartilha Iraci.

Nesta semana os irmãos já foram fazer exame de sangue, no Hospital Santo Antônio, e ontem, dia 5, Adriano foi até Pomerode examinar o pulmão. No dia 12 deste mês ele tem os exames de coração.

“Precisamos aguardar os resultados agora. Tem mais uma consulta agendada em Curitiba também, no Hospital Pequeno Príncipe”, conta a mãe.

Nada definido até o momento

Iraci revela que, a princípio, existe uma possibilidade de que o transplante ocorra em janeiro de 2020 – mas não há nada confirmado ainda. No momento, Adriano vive sua vida com várias limitações, principalmente devido à fraqueza que sente.

Ele está tomando uma medicação chamada Crizotinibe. Uma caixa do medicamento, que dura um mês, custa R$ 30 mil – e algumas delas puderam ser adquiridas graças ao apoio da comunidade local.

“Recebemos doações de muita gente e somos extremamente gratos por isso. Conseguimos comprar três caixas do remédio e, agora, foi feita a liberação, por parte da Justiça, para recebermos mais seis caixas gratuitamente”, explica.

Em meio a uma rotina de cansaço, medicamentos e exames, Adriano sempre manteve o mesmo sonho (agora com ainda mais força): ficar curado e voltar para à escola.

Pedido de Natal

Em nome da família, Iraci deixa um agradecimento especial a cada pessoa envolvida na causa. “Não temos palavras para agradecer. Hoje só meu marido trabalha, porque o Adriano precisa de cuidados o dia todo. Pagamos aluguel e a situação está difícil mesmo”, comenta.

Frente a essa situação, ela faz um desabafo. “Infelizmente não teremos condições de presentear nossos filhos neste Natal. Admito que realmente não gosto de fazer isso, mas peço pelos meus filhos. Meus meninos gostariam muito de ganhar um carrinho com controle e calçados (números 40 e 37) e minha menina uma boneca bebê que fala, um tênis número 30 e uma cesta de Natal. Se tiver algum Papai ou alguma Mamãe Noel que puder ajudar, vai salvar o Natal deles neste ano. Obrigada a todas as pessoas de bom coração que sempre estiveram do nosso lado e, cada um à sua maneira, nos ajudaram nesse momento tão difícil. Um forte abraço, Feliz Natal e abençoado Ano Novo a todos”, reforça Iraci.

O número de WhatsApp dela, para quem pude ajudar de alguma forma, é o (47) 99293-3671.