"Temi pela minha vida", diz catarinense que matou assaltantes de ônibus
O passageiro que atirou contra os suspeitos ainda afirmou que o grupo invadiu o ônibus agredindo as vítimas e disparando tiros
O passageiro que atirou contra os suspeitos ainda afirmou que o grupo invadiu o ônibus agredindo as vítimas e disparando tiros
O passageiro catarinense que reagiu à tentativa de assalto a
ônibus no Paraná, na madrugada de quarta-feira (12), descreveu à polícia que
atirou contra dois assaltantes para proteger a própria vida. O coletivo
interestadual seguia de São Paulo para Brusque, em Santa Catarina, quando o
motorista foi rendido pela quadrilha na BR-116, em Campina Grande do Sul, na
Região Metropolitana de Curitiba. O passageiro armado estava na poltrona número
1 do ônibus.
As polícias recomendam não reagir a assaltos, independente
das circunstâncias, especialmente se envolver armas de fogo, que pode causar
acidentes e atingir alguém próximo às pessoas que estão sendo assaltada, como
ocorreu neste crime.
Em depoimento escrito a próprio punho para à Polícia
Rodoviária Federal (PRF) do Paraná, o catarinense contou que os suspeitos
entraram no ônibus agredindo os passageiros e disparando tiros. Sem dar
detalhes da ação, alegou que "neutralizou" dois, dos três ladrões que
invadiram o ônibus, temendo pela própria vida. O terceiro pulou do veículo e
foi atropelado por um caminhão.
Para o delegado responsável pelo caso, Moisés de Souza Neto,
o homem agiu em legítima defesa. Ele foi ouvido e liberado logo em seguida.
Ainda conforme o apurado pela autoridade, não houve troca de tiros entre ele e
os assaltantes.
O passageiro, de 47 anos, portava uma pistola calibre 380
com registro válido, além de porte de arma de fogo regular. A reportagem apurou
que a profissão do atirador é vigilante. A identificação do homem foi
preservada para a sua segurança.
Um dos tiros atingiu de raspão o rosto de uma mulher de 62
anos. Ela foi encaminhada ao Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em
Curitiba. Após uma pequena cirurgia na tarde de quarta-feira (12), recebeu
alta.
A Polícia Civil segue em busca dos dois suspeitos que
conseguiram fugir. Duas armas, que teriam sido utilizadas pelos criminosos,
foram recolhidas no local.
Sete horas antes
Sete horas antes dos três suspeitos morrerem em uma
tentativa de roubo a ônibus com passageiros que tinham como destino Santa
Catarina, outro veículo da empresa Viação Catarinense, que fazia a rota inversa
- Brusque/São Paulo -, foi abordado por uma quadrilha.
O veículo saiu por volta das 19h e chegaria ao destino às
7h. No meio do caminho, no entanto, também na BR-116, em Campina Grande do Sul,
na Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná, foi assaltado. No veículo
estavam 53 passageiros, que tiveram os bens tomados pelos criminosos. Apesar do
susto, ninguém se feriu.
“Reação não é recomendada”, diz inspetor da PRF de SC
O inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de SC Luiz
Graziano ressalta que a recomendação nesses casos é para que as vítimas não
reajam. De acordo com ele, os assaltantes em geral atuam sob forte estresse e
qualquer movimento pode motivar um disparo de arma de fogo ou uma agressão.
— A reação das vítimas não é recomendada, porque você se
coloca e coloca muita gente em risco. Nesse caso, por exemplo, evitou-se o
assalto, mas uma mulher levou um tiro de raspão. Poderia ter morrido —
comentou.
Grazino orienta que o que pode ser feito é tomar medidas
preventivas, como não levar dinheiro em espécie em viagens de ônibus e não
passar informações sobre a viagem para outras pessoas.
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