Condromalácia ou Condropatia Patelar

Anatomia do joelho

Por MOVIMENTO VITAL FISIOTERAPIA 28/05/2020 - 13:50 hs

O joelho é composto por três estruturas ósseas que interagem entre si. O osso do fêmur, tíbia e patela. A patela, também conhecida como rótula, é uma estrutura que fica localizada anteriormente no joelho, tem formato triangular na sua parte posterior e interage diretamente com o fêmur, que por sua vez possui um sulco (tróclea) para o encaixe da patela, formando assim a articulação femoropatelar.

Tanto o fêmur quanto a patela, são revestidos com cartilagem, que protegem e distribuem as cargas no joelho. Durante o dia a dia ou na prática de atividades físicas passam altas cargas nessa articulação, qualquer alteração na congruência dessa articulação pode alterar a distribuição de cargas, facilitando o aparecimento de lesões.

Diversas estruturas tem interação com essa articulação, músculos, tendões e ligamentos exercem funções sobre a patela, por ser uma região com diversas estruturas, qualquer alteração nessas estruturas pode causar lesão.


O que é condromalácia ou condropatia patelar?

É uma doença da cartilagem da patela, ocorre o amolecimento da cartilagem em graus mais leves, até fissuras na articulação, deixando a superfície articular irregular, em graus moderados, e até exposição e degeneração da parte óssea (osso subcondral) em casos mais avançados.

A cartilagem é uma estrutura sem inervação, portanto não dói, por esse motivo muitas vezes é difícil diagnosticar precocemente, quando a dor começa, pode estar em um grau mais avançado da doença. A dor pode ocorrer pela alteração nas outras estruturas, como músculos, tendões e até mesmo o osso subcondral, esses por sua vez possuem inervação e doem.

Outra particularidade da cartilagem é que possui baixíssimo potencial de cicatrização, mesmo quando tem lesão ela não se regenera, se não tiver um tratamento adequado, a lesão pode evoluir para graus mais severos, podendo causar artrose precoce da articulação femuropatelar.

Diagnóstico

Muitos pacientes sentem crepitações na articulação femoropatelar, essa crepitação gera uma sensação de que possui “areia dentro do joelho”, mesmo com essa alteração que muitas vezes é audível, há pacientes que não referem dor.

Para diagnosticar a condropatia, o exame Ressonância Nuclear Magnética (RNM) é o exame que possui maior acurácia diagnóstica para identificar a condropatia e o grau de comprometimento da superfície articular. A RNM também pode encontrar achados como tendinopatias, alterações inflamatórias, e como está o encaixe da patela na tróclea do fêmur.

Apesar da ressonância ter sua grande importância nesse diagnóstico, na avaliação clínica é possível realizar testes específicos para detectar a patologia.

Causas

A causa dessa doença ainda não é completamente conhecida, mas a pressão excessiva da patela sobre o fêmur pode causar essa patologia. Fatores comuns no aparecimento dessa lesão:

Fraqueza da musculatura do joelho e quadril;

Déficit de controle muscular;
Excesso de atividade física;
Movimento incorreto do gesto esportivo;
Excesso de peso;

Para identificar as causas da lesão, é necessário avaliar força muscular da musculatura da coxa e quadril principalmente, alterações biomecânicas na marcha, em atividades como salto, agachamento e corrida, realizadas por meio de testes funcionais. Sabe-se também que o sexo feminino é mais acometido e a população jovem também é afetada, podendo acometer até 40% dessa população.

Sinais e sintomas

Como já mencionado a condropatia pode ser assintomática, quando apresenta sintomas, é caracterizado principalmente por dor anterior no joelho, geralmente não tem histórico de trauma, e a dor tem início insidioso.

Atividades comuns no dia a dia e atividades físicas, passam a causar dor, como subir e descer escadas e rampas, passar muito tempo em pé ou sentado, uso de salto, agachar, e atividades como correr e saltar. Pode ocorrer dor quando o indivíduo inicia uma atividade física mais vigorosa como correr e musculação por exemplo.

Tratamento

Condromalácia ou condropatia não tem cura, devido ao fato de que a cartilagem em si não se regenera, por ser uma doença progressiva, a não realização de tratamento pode antecipar a evolução da doença.

O tratamento fisioterapêutico é de suma importância, uma vez que o tratamento cirúrgico é limitado e última opção de tratamento.

O tratamento fisioterapêutico tem como objetivo retardar a evolução da doença, devolver a capacidade funcional e controlar a dor.

Inicialmente o tratamento consiste no controle do quadro álgico, crioterapia (aplicação de gelo) e recursos de eletrotermofototerapia para controle de processos inflamatórios no joelho.

Pode-se utilizar outros recursos como coadjuvantes no tratamento, a joelheira (sem furo) melhora o encaixe da patela com o fêmur, melhorando a distribuição de carga, diminuindo a dor. Nessa fase é comum associar a utilização de antinflamatórios associados ao tratamento fisioterapêutico.

Após controlar a dor, é importante realizar o fortalecimento dos músculos do joelho e quadril, o ganho de força muscular melhora a distribuição da força sobre o joelho. Melhorar e corrigir o padrão de movimento realizado nas atividades do dia a dia, também é de suma importância.

Alguns exercícios se realizados de maneira errada, podem piorar o quadro do paciente, esse paciente necessita de atenção individual, e o profissional deve ter conhecimento de como realizar o fortalecimento muscular sem causar sobrecarga a articulação. Portanto procure um profissional qualificado para promover uma melhor qualidade de vida.


 Dr. Tiago Ribeiro Junior  (CREFITO 10: 279288F)


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Dra. Bárbara Maurício Nascimento
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