Prefeitos reforçam pleito por novos leitos de UTI
O cenário atual mostra que 25% dos leitos ocupados no Médio Vale são com pacientes de outras regiões
O cenário atual mostra que 25% dos leitos ocupados no Médio Vale são com pacientes de outras regiões
Os prefeitos da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) se reuniram, na tarde desta terça-feira (14), com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, a fim de apontar as dificuldades enfrentadas pela região.
O encontro foi uma solicitação dos prefeitos que, preocupados
com a evolução de casos do novo coronavírus, internações e óbitos,
reivindicaram ampliação do número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) nos hospitais da região.
Na reunião, que aconteceu de forma virtual, os prefeitos pediram também intervenção do Estado na compra de medicamentos e kits de intubação, a fim de garantir que as unidades hospitalares estejam preparadas para o aumento da demanda e adequadas ao atendimento da população.
O cenário
atual mostra que 25% dos leitos ocupados no Médio Vale são com pacientes de
outras regiões. Por isso, os prefeitos cobraram maior atenção do Estado também
para as demais macrorregionais de saúde, já que o Médio Vale é muito impactado
pelas regiões do entorno.
“Compreendemos que a regulação das unidades hospitalares é
estadual, porém a matriz de risco potencial é regional e isso traz impactos
diretos nas medidas que os prefeitos devem tomar”, explica a coordenadora da
Comissão Intergestores Regional (CIR), Márcia Adriana Cansian, secretária
municipal de Saúde de Botuverá. Segundo ela, a região tem capacidade ainda de
instalar 30 leitos de UTI, porém precisa de auxílio para organização do
atendimento, suprimentos e equipamentos.
Conforme o presidente da Ammvi, Matias Kohler, prefeito de
Guabiruba, os prefeitos pediram ainda ao secretário de Estado suporte e apoio
na fiscalização das medidas decretadas pelo Estado e pelos municípios. “Já nos
reunimos com o comando-geral da Política Militar nesta semana e buscamos
parcerias para que possamos dar conta da fiscalização, que deve ser efetiva
neste momento para garantir a continuidade das medidas de enfrentamento da
pandemia”, explica Kohler.
Na reunião, o secretário Motta Ribeiro reafirmou que as
cirurgias eletivas devem ser evitadas. Além disso, frisou que é necessário
qualificar a entrada do paciente nos hospitais, aprimorar o diagnóstico e o
monitoramento na rede pública de saúde. “Vamos continuar com o diálogo,
entendendo a necessidade do compartilhamento de decisão”, afirma o
secretário.
“O cenário é preocupante e, por isso, os prefeitos têm
editado medidas mais restritivas. É imprescindível que a população siga as
orientações divulgadas pelo poder público, caso contrário, em breve, não
teremos mais suporte na saúde pública”, apela o presidente da Ammvi.
Dados da região
Durante a reunião, o diretor do Consórcio Intermunicipal de
Saúde do Médio Vale do Itajaí (Cisamvi), Cleones Hostins, apresentou alguns
dados do Médio Vale ao secretário Motta Ribeiro, como também reivindicações da
Comissão de Governança Regional para o enfrentamento do novo coronavírus. A
Comissão acompanha e orienta os gestores na tomada de decisão. Assuntos como
testagem, aferição de temperatura corporal, monitoramento e notificação de
casos, profilaxia, leitos atuais e capacidade de ampliação, resultado e
avaliação da matriz de risco potencial já foram discutidos na reunião entre a
Comissão, secretários municipais de Saúde, Cisamvi, Ammvi e prefeitos na semana
passada.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 5% das pessoas infectadas com o novo coronavírus precisarão de atendimento em unidade intensiva, por isso há forte preocupação dos gestores municipais quanto à ocupação dos leitos de UTI pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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