PF cumpre mandados de busca em operação contra fraude nos Correios; investigação começou em SC
Investigação aponta prejuízo estimado de R$ 94 milhões ao patrimônio público
A Polícia Federal em Santa Catarina cumpre, na manhã desta terça-feira (4), 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP), Praia Grande (SP), São Vicente (SP) e Rio de Janeiro (RJ), em residências de investigados e sedes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT).
As ações integram a Operação Postal Off, que começou em setembro de 2019,
que busca desarticular organização criminosa suspeita de subfaturar valores
devidos à EBCT, além de desviar para si grandes clientes no seguimento de
postagem de cartas comerciais.
Segundo a PF, durante os trabalhos no Rio de Janeiro foram
apreendidos cerca de R$ 3,5 milhões em espécie em um endereço de um dos
investigados. Até as 9h30 não foi divulgado o balanço da operação.
Conforme a PF, a investigação aponta prejuízo estimado de R$
94 milhões ao patrimônio público. São investigados os crimes de corrupção
passiva e ativa, estelionato, violação de sigilo funcional e formação de
organização criminosa.
Nesta fase da operação, segundo a PF, foi identificada a
suspeita de participação de um empresário titular de agências franqueadas dos
Correios e de sete funcionários da referida empresa pública, que auxiliavam nas
postagens ilegais e subsidiando interesses empresariais do grupo criminoso.
Também foram expedidos mandados de afastamento de
funcionários dos Correios de suas funções e deferidas medidas cautelares
diversas da prisão, que determinam aos investigados restrições ao direito de ir
e vir, bem como o compromisso de comparecimento a todos os atos do inquérito
policial e de eventual processo criminal, sob pena de decretação de prisão.
Os Correios informaram que estão colaborando ativamente com
as autoridades policiais nas investigações da Operação Postal Off 2. "Os
Correios reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a
transparência", disse por meio de nota.
Investigação
A investigação teve início em novembro de 2018 no estado
catarinense, a partir do primeiro indício de crime encontrado.
De acordo com a PF, é investigada a participação ativa de
funcionários dos Correios, que teriam feito com que grandes cargas dos clientes
fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito
inferior ao devido. A atuação do grupo ocorria nos estados de São Paulo e Rio
de Janeiro.
Na primeira fase da operação, foram deferidas medidas cautelados de bloqueio de bens dos investigados, como carros de luxo, iate, um avião, imóveis de alto padrão e contas bancárias com altos valores em depósito, de aproximadamente R$ 55 milhões. Segundo a PF, utilizado para recuperar parte dos prejuízos aos cofres públicos.