Após paralisação, Correios devem retomar 100% das atividades hoje
Greve durou 35 dias e reajuste foi fixado em 2,6%
Greve durou 35 dias e reajuste foi fixado em 2,6%
Após 35 dias em greve, nesta terça-feira (22) funcionários
dos Correios devem voltar ao trabalho. Ontem (26), no julgamento do dissídio da
categoria, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) aprovou reajuste de 2,6%.A
maioria dos ministros também entendeu que o movimento, que começou em 17 de
agosto, não foi abusivo. Pela decisão, metade dos dias de greve será descontado
do salário dos empregados, a outra metade terá que ser compensada. No caso de
descumprimento da decisão de retorno imediato, a multa diária foi fixada em R$
100 mil.
Em nota, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa
dos Correios e Similares ( Fentect), criticou a decisão do TST. “Essa
decisão representa mais um ataque aos direitos da classe trabalhadora, e um
retrocesso a nossa categoria. É mais uma mostra de como o Judiciário se mantém
servil ao patronato, atuando de forma político partidária, e se mantendo
distante do propósito de justiça e dignidade à classe trabalhadora”, disse José
Rivaldo da Silva, secretário-geral da federação.
Além de considerar o reajuste insuficiente, entre as maiores
perdas contabilizadas pela entidade está a redução dos dias de licença
maternidade na empresa, que passará de 180 dias, como praticada em todo o
governo federal, para 120 dias. O documento publicado pela Federação diz que a
entidade realizará, na manhã de hoje, reunião com sua diretoria para avaliação
do cenário. Apesar de não falar explicitamente em manutenção da greve, a
Fentect orienta todos os sindicatos filiados a manterem a realização de
assembleias previstas para hoje, para analisar a proposta e “decidir de forma
coletiva e democrática sobre o resultado do julgamento.”
Retomada de serviços
Os Correios também se manifestaram sobre o resultado do
dissídio. Também em nota, a empresa esclareceu que segue executando o plano de
continuidade do negócio, com a realização de mutirões de entrega, inclusive em
fins de semana e feriados, com o objetivo de reduzir os efeitos da paralisação
parcial dos empregados à população.
A estatal acrescentou que, desde o mês de julho, buscou negociar os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, de maneira “a fortalecer as finanças e preservar sua sustentabilidade”. “A empresa agora empreenderá todos os esforços para recompor os índices de eficiência dos produtos e serviços, considerados essenciais, nesse momento em que a população brasileira mais precisa”, garante o documento.
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