Bolsonaro pede que países ajudem a combater comércio ilegal de madeira
Em live, presidente disse que governo vai intensificar fiscalização
Em live, presidente disse que governo vai intensificar fiscalização
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira
(19) que o combate ao comércio ilegal de madeira no Brasil depende de
colaboração internacional envolvendo outros países, sobretudo europeus, já que
o continente é considerado destino de grande parte do contrabando do produto. A
declaração foi dada durante live semanal transmitida pelas redes
sociais.
"Tem como esses países colaborarem conosco. A Amazônia
é uma imensidão, é maior que a Europa Ocidental toda junta. Então, não é fácil
você tomar conta de tudo aquilo. Agora, as críticas são potencializadas. Existe
o desmatamento ilegal? Existe", disse o presidente, acompanhado do
ministro da Justiça, André Mendonça, e do delegado da Polícia Federal Alexandre
Saraiva, superintendente da corporação no Amazonas.
Na terça-feira (17), durante discurso na 12ª Cúpula dos
Brics, Bolsonaro disse o governo iria revelar uma lista com nomes de
países que importam madeira extraída de forma ilegal da Amazônia brasileira. Ao
retomar o assunto durante a live, o presidente citou que há uma lista de
empresas e dos países aos quais elas pertencem que estariam envolvidos no
mercado ilegal, mas que o objetivo não é acusar outras nações, mas resolver os
problemas.
"Nós temos aqui os nomes das empresas que importam isso
e a que países elas pertencem. A gente não vai acusar o país A, B ou C de estar
cometendo um crime, mas a empresa desses países, sim”, disse. “Mas quando
chegarmos a um bom termo essa questão, vai diminuir o desmatamento no Brasil. É
o que nós queremos. Não basta apenas criticar, temos que apresentar alguma
coisa. Estamos apresentando".
O presidente voltou a mencionar o método desenvolvido pela
Polícia Federal para rastrear a origem de madeiras apreendidas e exportadas
usando isótopos estáveis, uma espécie de DNA que mostra a proveniência
geográfica do produto. O governo também pretende envolver a Marinha na
fiscalização do transporte de madeira por via aquaviária.
"Esse trabalho da Polícia Federal via DNA, os isótopos,
começou há poucos meses. Vai entrar em cena também a Marinha do Brasil, que já
foi contatada, porque toda ela [madeira] sai por via aquaviária. Dá pra
fazer barreiras e conter o deslocamento dessa madeira. A que for legal, passa.
A que não for legal, não passará mais".
Ao comentar o assunto, o ministro André Mendonça destacou
que o governo brasileiro tem sua parcela de responsabilidade, mas que o combate
ao comércio ilegal de madeira também precisa ser enfrentado pelos países que
são destinos desse tipo de produto. "Temos que, primeiro, reconhecer o
nosso dever de casa. Temos que combater o desmatamento ilegal. Mas também não
adianta nós combatermos aqui se outros países não combatem a receptação desse
material que chega lá ilegalmente".
Para o delegado Alexandre Saraiva, superintendente da PF no Amazonas, outros países devem atuar com o Brasil em um esforço de colaboração para o combate ao contrabando de madeira. "Nós esperamos uma colaboração no nível policial e no nível científico”, disse. “No Amazonas, nós temos o INPA, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, que desenvolve um trabalho excelente sobre manejo florestal e tem muitos convênios com universidades europeias. Então, [queremos] é colaboração para repressão aos criminosos, sejam eles do Brasil, sejam eles europeu. Porque bandido é bandido em qualquer lugar", concluiu.
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