Covid-19: definição de prioridade da vacinação se dará após testes
Segundo Ministério, processo ocorrerá após autorização da Anvisa
Segundo Ministério, processo ocorrerá após autorização da Anvisa
A definição de quais públicos serão priorizados na vacinação
contra a covid-19 será feita após a conclusão dos testes pelos laboratórios e
institutos que estão conduzindo diferentes pesquisas para desenvolver o
tratamento. A afirmação foi feita pelo Ministério da Saúde em entrevista
coletiva realizada hoje (19), em Brasília.
Representantes da pasta apresentaram o que há até o momento
de planejamento para a imunização contra a covid-19. O secretário de Vigilância
em Saúde, Arnaldo de Medeiros, disse que ainda será preciso delimitar como
serão destinadas as doses a partir de mais informações sobre vacinas. Também
será preciso aguardar a confirmação de registro juntamente à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Para definição dos grupos prioritários há necessidade
premente que estudos de fase III das vacinas estejam concluídos, porque só
assim teremos certeza de quais grupos prioritários terão melhor alcance”,
declarou.
O secretário acrescentou que deverão ser levadas em
consideração diferentes variáveis sobre a vacina para definir quem poderá
receber o tratamento primeiro e como se dará o programa de imunização.
“Precisamos entender o perfil da saúde, qual o esquema de vacinação, quais são
os dados de segurança, qual o tipo de frasco, qual a duração e a estabilidade
da vacina após o frasco ser aberto no posto de saúde, quais as condições de
armazenamento”, explicou.
Medeiros acrescentou que os estudos também poderão
considerar a situação epidemiológica de diferentes localidades. “Como
critérios, precisamos avaliar a situação epidemiológico, a situação da doença,
entendermos a doença tanto em coeficiente de hospitalização e de mortalidade.
Todos os estudos contribuem para definirmos os grupos prioritários”, completou.
Critérios para aquisição
Nesta semana a equipe do Ministério da Saúde se reuniu com
representantes de laboratórios da Pfizer, da farmacêutica estadunidense
Moderna, do consórcio russo responsável pela Sputinik V e da empresa Janssen
(braço da Johnson e Johnson). Amanhã está prevista reunião com a equipe da
Covaxin, da Índia.
Segundo o secretário-executivo Élcio Franco, devem ser
assinados protocolos de intenção não vinculantes e um acordo de aquisição só
poderá ser feito após o registro do tratamento juntamente à Anvisa.
“Temos como premissa que a vacina vai ter de oferecer
segurança, eficácia, uma produção em escala e oferta em tempo oportuno para
podermos inserir no Programa Nacional de Imunização, ela deverá ter um preço e
condições logísticas adequadas e favoráveis e deverá possuir o registro na
Anvisa”, colocou Franco.
Na corrida internacional pelas vacinas, os Estados Unidos
possuem 11 vacinas em fase clínica. O Brasil está em 7º, com 15 alternativas em
fase pré-clínica. Ensaios clínicos em andamento no Brasil há a da Universidade
de Oxford/Astrazeneca, a Sinovac/Instituto Butantan, a Pfizer/Biontech e a
Janssen, um braço da Johson e Johnsons.
Instabilidade nos sistemas
Os gestores do Ministério da Saúde foram perguntados sobre a
alta nos casos registradas em estados e sobre uma possibilidade de segunda onda
da doença no país. Mas responderam que não seria possível uma análise pelo fato
do sistema de informática da pasta ter sofrido um ataque hacker.
“Devido à instabilidade no sistema, não temos base de dados
consistente para fazer afirmação se realmente houve ou não acréscimo na
quantidade de casos, de internações e de óbitos. O Ministério dispõe de uma
estrutura de políticas de saúde para atender às demandas dos municípios,
repasses para habilitação de leitos e outras ações que poderão ser demandas ao
ministério”, comentou Élcio Franco.
O secretário de Vigilância em Saúde disse que a ausência de boletins epidemiológicos sobre a covid-19 nas últimas semanas foi devido ao ataque hacker promovido sobre o sistema de informática. Mas afirmou que em breve a situação deverá ser normalizada.
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