Boeing recomenda suspensão de voos de aviões 777 após falha de motor
Acidente ocorreu em voo de Denver, no Colorado, para Honolulu
Acidente ocorreu em voo de Denver, no Colorado, para Honolulu
O fabricante norte-americano Boeing recomendou hoje (22) a
suspensão dos voos de 128 aviões do modelo 777, um dia após incêndio no
motor de um aparelho em pleno voo, no estado do Colorado.
"Enquanto a investigação [das autoridades] está em
curso, recomendamos suspender as operações dos 69 aviões 777 em serviço e dos
59 em armazém com motores Pratt & Whitney 4000-112", disse a empresa
em comunicado.
No sábado (20), um Boeing 777-220 da companhia
norte-americana United Airlines, que decolou de Denver, no Colorado, com
destino a Honolulu, no Hawaí, com 231 passageiros e dez membros da
tripulação, foi forçado a regressar ao aeroporto de onde partiu, depois de o
motor direito se incendiar em pleno voo.
O avião aterrissou em segurança no aeroporto de Denver
e nenhum dos ocupantes ficou ferido.
Imagens filmadas por um passageiro do voo UA328 mostram o
motor direito em chamas, com a fuselagem destruída. Partes do motor caíram numa
área residencial, sem, no entanto, provocar feridos.
Nesse domingo (21), o regulador norte-americano para a
aviação exigiu inspeções urgentes aos aviões Boeing 777 equipados com o mesmo
tipo de motor.
"Depois de consultar a minha equipe de peritos em
segurança aérea, relativamente à falha de motor de ontem [sábado] num avião
Boeing 777 em Denver, pedi que emitissem uma diretiva de navegabilidade de
emergência que exija inspeções imediatas ou minuciosas de aviões Boeing 777
equipados com alguns motores Pratt & Whitney PW4000", escreveu um
representante da Administração para a Aviação Federal (FAA, na sigla em
inglês), Steve Dickson, na rede social Twitter.
"Isso significará provavelmente que alguns aviões serão
retirados de serviço", acrescentou.
O representante da FAA disse que uma análise preliminar
dos dados de segurança revelou a necessidade de verificações adicionais do tipo
de motor afetado.
"Com base em informações iniciais, concluímos que o
intervalo entre inspeções deve ser encurtado para as pás ocas do ventilador,
que são exclusivas desse tipo de motor, utilizadas apenas nos Boeing 777",
explicou o funcionário.
Na sequência do incidente, a United Airlines decidiu retirar
do ar 24 aparelhos Boeing 777.
A Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airways (ANA)
anunciaram igualmente a imobilização de 13 e de 19 aviões desse tipo,
respectivamente.
Segundo órgãos de comunicação norte-americanos, as únicas
companhias aéreas que utilizam esse modelo estão nos Estados Unidos, no Japão e
na Coreia do Sul.
O fabricante norte-americano Boeing teve graves problemas
nos últimos anos com outro dos seus modelos, o 737 MAX, que esteve imobilizado
durante 20 meses devido a dois acidentes que deixaram 346 mortos em seis
meses.
Um aparelho daquele tipo sofreu um acidente num voo da
Ethiopian Airlines, em março de 2019, que deixou 157 mortos, e numa viagem
da Lion Air, na Indonésia, em outubro de 2018, que fez 189 mortos.
Os voos comerciais do Boeing 737 MAX foram retomados em
dezembro de 2020, primeiro no Brasil e depois nos Estados Unidos e no Canadá,
com o primeiro voo comercial na Europa realizado em 17 de fevereiro pela
companhia aérea belga TUI fly.
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