O governo do Estado de Santa Catarina calcula em R$ 15,9
milhões por mês a média de gasto com ressarcimento do custo de leitos de UTI
adultos exclusivos para Covid-19 aos hospitais sob gestão estadual ou municipal
que atendem via SUS. O valor é resultado da média do que foi pago em janeiro e
fevereiro fim de cobrir os custos dos leitos que não estavam com habilitação ativa
(financiamento) pelo Ministério da Saúde.
O financiamento de leitos de UTI em unidades que atendem via
SUS é o centro de uma disputa desde o ano passado. O Ministério da Saúde demora
a habilitar leitos e, quando o faz, destina recursos para um prazo de dois a
quatro meses, considerado muito curto para o período de pandemia. Quando
retornou do primeiro afastamento, o governador Carlos Moisés da Silva se
comprometeu a destinar recursos para pagar aquilo que o Ministério da Saúde não
habilita.
O governo então editou uma Medida Provisória para regulamentar
os pagamentos, que agora pretende estender até 30 de junho de 2021, prazo atual
para encerramento do estado de calamidade pública em Santa Catarina. A origem
dos recursos é o próprio repasse do Ministério da Saúde e o tesouro estadual.
Para cada diária de leito, há um ressarcimento de R$ 1,6 mil. Com isso, o gasto
de janeiro a junho seria de cerca de R$ 95,4 milhões somente para este
fim.
Atualmente, são 1.458 leitos adultos de UTI ativos para
Covid. Muitos deles criados em 2021, após o aumento importante de casos e
óbitos. "Este incremento partiu do princípio segundo o qual os leitos
seriam habilitados pelo Ministério da Saúde tão logo os hospitais os colocassem
à disposição", disse o então secretário de Estado da Saúde, André Motta
Ribeiro. "Infelizmente, não foi o que aconteceu, de modo que uma parcela
significativa destas unidades teve de suportar por um período significativo a
manutenção de leitos de UTI Covid", complementou.
Em janeiro, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde
(SES), foram registradas 20.880 diárias de leitos de UTI SUS para Covid no
Estado, sendo que 8.210 (39,3%) não tiveram cobertura do Ministério da Saúde e
custaram R$ 13,1 milhões ao governo do Estado. Já em fevereiro, a cobertura
federal diminuiu: foram 18.829 diárias de leitos de UTI SUS, sendo 11.768
(62,4%) sem cobertura federal, o que demandou o dispêndio de R$ 18,8
milhões.