Os deputados catarinenses aprovaram por unanimidade, na sessão desta
terça-feira (5), uma moção de repúdio ao presidente da Petrobras pelo aumento
de 8,89% no preço do diesel, anunciado na semana passada. O autor da
manifestação é o deputado Marcius Machado (PL).
“Este aumento é um golpe contra a nação, porque ninguém
consegue entender porque o barril do petróleo está indexado ao dólar”,
considerou Marcius. “É um lucro gigantesco da Petrobras, contra uma população
que não aguenta mais.”
A moção repercutiu em plenário e desencadeou várias
manifestações. Valdir Cobalchini (MDB) classificou a política de preços da
Petrobras como perversa e cobrou mudanças. “É uma empresa pública, cujos
resultados também têm que ser revertidos para quem é dono, que é o povo
brasileiro.”
Ada de Luca (MDB) afirmou que o preço do diesel impacta em tudo, em especial na
alimentação, causando o empobrecimento da população. “Está uma vergonha”.
Ricardo Alba (PSL) disse que o aumento foi abusivo. Ele
cobrou a revisão da política de preços, mas também pediu que os estados reduzam
os impostos sobre os combustíveis. “Já passou da hora de Santa Catarina rever
sua carga de ICMS no diesel e na gasolina.”
Jair Miotto (PSC) disse que o repúdio não deve ser apenas à
Petrobras. “Precisamos criar alternativas, a situação está muito ruim”, disse.
“Esta Casa também precisa entrar nessa briga, porque é inadmissível o que está
acontecendo.”
Fabiano da Luz (PT) acredita que a alta dos combustíveis é
resultado da política privatista adotada no Brasil. “Antes, refinávamos o
combustível e a Petrobras regulava o lucro. Hoje, ela manda petróleo bruto,
compra combustível em dólar e os acionistas não querem saber se está caro ou
barato, eles querem os lucros.”
Para Ivan Naatz (PL), a situação só será alterada com a
recuperação do poder de compra do real. “Enquanto o real ficar desvalorizado em
relação ao dólar, não vamos conseguir mexer nos preços dos combustíveis.”
Jessé Lopes (PT) comentou sobre os casos de corrupção na
Petrobras durante os governos do PT. Para ele, a atual situação do preço dos
combustíveis pode ser mudada. “Só não conseguimos recuperar o dinheiro roubado
da Petrobrás”, disse.
Sargento Lima (PSL) também comentou sobre a corrupção da
empresa petrolífera. “As contas do passado estão chegando”, comentou. “Mas
felizmente isso vai passar, devagar vamos mudar isso.”
Bruno Souza (Novo) afirmou que o Brasil nunca foi
autossuficiente em refino de petróleo e criticou a interferência estatal na
Petrobras. Para ele, os altos preços estão relacionados ao monopólio no setor e
à “tradicional irresponsabilidade fiscal brasileira”. “Enquanto não mudarmos
essas manias brasileiras, o preço da gasolina vai ser alto.”
Luciane Carminatti (PT) acredita que a alta dos combustíveis
é fruto da política econômica atual. Ela criticou o fato de se responsabilizar
os governos petistas pela situação atual. “Para que assume a Presidência? Para
lamentar o passado? Se é bom, que diminua o preço [dos combustíveis].”
Já Ana Campagnolo (PSL) leu reportagem da revista Exame, publicada em fevereiro, apontando prejuízo de 100 bilhões para a Petrobras com a política de congelamento de preços do combustível da ex-presidente Dilma Rousseff. “O presidente Bolsonaro tem duas opções: ou ele copia a política do PT e deixa a população um pouco mais satisfeita, ou vai ter que lidar com as consequências.”
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