Bom particularmente falando de mim até trabalhar com este
tema eu fugia do assunto. Sempre pensava: “nossa o dia que acontecer o
falecimento com alguém muito próximo de mim acho que não vou suportar e acho
que vou morrer junto”.
Sou uma pessoa muita apegada a família e com isso me acho as
vezes responsáveis por eles sendo meus pais, minha irmã e sobrinho. No período
da faculdade de Serviço Social que fiz durante 4 anos e meio nunca estudei ou
passei perto pelo assunto de luto e assim que me formei a coordenadora do curso
ao divulgar a vaga escreveu no e-mail até brincou assim: “tem uma vaga de
assistente social numa funerária, mas não é para trabalhar com o(a) falecido(a)
não”.
Enviei meu currículo para análise, a gerente na época
recebeu uns 40 currículos, desses acho que uns 20 participaram de uma dinâmica.
5 foram selecionadas para passarem pela avaliação de duas psicólogas e eu
estava entre as 5.
Então uma Assistente Social que possuía experiência na área
do Serviço Social foi selecionada e chamada a trabalhar.
Fiquei entre as 5 mas não fui selecionada, alguns dias
liguei e perguntei como estava a análise e falaram que a vaga de Assistente
Social já estava preenchida, mas que teria uma vaga como auxiliar
administrativo e que no futuro poderia abrir vaga de Assistente Social para o
setor de parcerias/convênios.
Analisei a situação com a minha família e resolvi aceitar a
proposta. Quando iniciei vendia planos, alugava materiais de recuperação e
fazia um pouco de tudo, alguns dias após o meu início a outra profissional que
foi selecionada não fazia mais parte da empresa. Dessa forma eu comecei a
atender as demandas relacionadas ao falecimento do cliente do Plano Boa Vida.
Sem experiência nenhuma nesse tema, com algumas questões
pessoais a serem trabalhadas, mas com muita vontade de trabalhar com
atendimento a pessoas, pois a comunicação, o conversar, explicar sempre foram
uma das minhas habilidades.
Comecei a ler muito sobre o tema luto, morte, comecei a
participar de palestras, fazer cursos e eis que me identifiquei com o tema.
Profissionalmente tenho muita experiência nesse assunto. Orientações sobre o
que fazer em caso de falecimento de qualquer tipo, orientações sobre INSS,
sobre seguro de vida. Atenção ao processo de luto mais delicado…enfim ganhei
muita experiência com este tema. Meu coração foi tocado inúmeras vezes,
dependendo da história da família eu me sensibilizo ainda... Mas o quanto eu
ganhei de experiência na minha vida pessoal acredito que não tem valor que
pague. Trabalhando com esse tema vi que a morte física existe, que morre pais
de famílias, avós e mães. Falecem filhos, pessoas inocentes…enfim a morte vem
para todos e quem fica enfrenta um turbilhão de sentimentos, burocracias,
questões pessoais, algumas culpas, sentem alívio (alguns).
Percebi que existem reações perante o falecimento de alguém,
choros, gritos e desesperos que por algum lugar precisam ter vazão, que é
importante colocar para fora… mas que algumas pessoas se calam e se fecham mas
que de fato a dor da saudade rasga o peito … que é passando por essa fase de
sentimentos que as pessoas tentarão se readaptar sem a presença física daquele
que se foi. A saudade vai doer, vai machucar, porém só temos saudades daquilo
que foi bom e valeu a pena.
E quem ficou precisa ter por perto uma rede de apoio para
lhe acolher, abraçar ou simplesmente respeitar seu momento de tristeza.
Com sensibilidade, direcionamento e acolhimento o Plano Boa Vida conta com profissionais capacitados para atender as famílias em situações de luto. Entendemos que a pessoa falecida tem um nome, uma história e tanto quem se foi e quanto quem ficou precisa de respeito.
Escrito por Tássia Hostin de Deus
Coordenadora do Serviço
Social do Plano Boa Vida
E-mail: servicosocial@boavida.com.br
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