Banco do Brasil tem lucro recorde de R$ 14,4 bi no primeiro semestre
Instituição elevou para R$ 27 bi a R$ 30 bi projeção de ganhos em 2022
Instituição elevou para R$ 27 bi a R$ 30 bi projeção de ganhos em 2022
O Banco do Brasil (BB) voltou a bater recorde semestral de
lucro. De janeiro a junho, a instituição financeira teve lucro líquido ajustado
de R$ 14,4 bilhões, crescimento de 44,9% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Em nota, o BB informou que a melhoria dos lucros decorreu do
aumento da margem financeira bruta, da diversificação das receitas
(principalmente de serviços) e do crescimento abaixo da inflação das despesas.
Apenas no segundo trimestre, o lucro líquido ajustado
alcançou R$ 7,8 bilhões, resultado 18% acima do primeiro trimestre de 2022 e
54,8% acima do segundo trimestre de 2021. O retorno sobre patrimônio líquido
(RSPL) do segundo trimestre chegou a 20,6%, o que, segundo o BB, representa um
índice semelhante ao dos bancos privados.
De acordo com o BB, parte da melhoria decorre do crescimento
do crédito com a manutenção do índice de inadimplência abaixo da média do
Sistema Financeiro Nacional. A carteira de crédito ampliada encerrou junho em
R$ 919,5 bilhões, 19,9% acima do registrado em junho de 2021 e 4,1% acima do
observado no fim do primeiro trimestre.
Indicador usado para medir a solidez financeira, o Índice de
Basileia atingiu 17,54%, dos quais 12,49% de capital principal. Para cada R$
100 emprestados, a instituição mantém R$ 17,54 em caixa, dos quais R$ 12,49
correspondem ao capital principal. Esses níveis são um dos mais altos entre os
bancos brasileiros.
Segmentos
Na distribuição por segmentos de crédito, a carteira pessoa
física ampliada cresceu 14,1% em relação a junho do ano passado e 2,1% em
relação a março deste ano. Os destaques foram o crédito consignado (+2,3% no
trimestre e +10,5% no ano), empréstimo pessoal (+3,5% no trimestre e +29,3% no
ano) e cartão de crédito (+5% no trimestre e +51,7% no ano).
Em relação ao crédito para empresas, a carteira pessoa
jurídica ampliada expandiu-se 19,1% em 12 meses e 4,9% no trimestre. Os
melhores desempenhos foram registrados em recebíveis (+9,5% no trimestre e
+59,1% no ano), títulos e valores mobiliários privados e garantias (+4,5% no
trimestre e +59% no ano) e capital de giro (+5,1% no trimestre e +6,5% no ano).
O Pronampe, linha de crédito para micro e pequenas empresas, soma mais de R$
6,5 bilhões, beneficiando mais de 62 mil negócios.
O crédito para o agronegócio encerrou junho em R$ 262
bilhões, alta de 27,3% em relação a junho do ano passado e de 2,9% sobre março
de 2022. Os destaques foram os certificado de direitos creditórios do
agronegócio (+34,8% no trimestre e +463,4% no ano), da cédula de produto rural
e garantias (+28,8% no trimestre e +74,4% no ano) e investimento (+4,7% no
trimestre e +62% no ano).
As operações de crédito sustentáveis, que respeitam
parâmetros sociais e ambientais, atingiram R$ 292,2 bilhões no fim do primeiro
semestre, com alta de 13,3% em 12 meses. Apenas no segmento do agronegócio, o
BB informa que 46% das operações de crédito são consideradas sustentáveis.
Receitas e despesas
As receitas de prestação de serviços somaram R$ 15,4 bilhões
no primeiro semestre, aumento de 9,1% em 12 meses. No segundo trimestre,
atingiram R$ 7,8 bilhões, com alta de 4,3%. O crescimento trimestral foi
influenciado pelo desempenho comercial nos segmentos de operações de crédito
(+26%) e de administração de fundos (+8,7%).
As despesas administrativas alcançaram R$ 16,5 bilhões nos
seis primeiros meses do ano, alta 5,8% na comparação com o primeiro semestre de
2021. No segundo trimestre, somaram R$ 8,3 bilhões, 1,3% acima do trimestre
anterior. De acordo com o BB, o banco conseguiu fazer com que os gastos
subissem menos que a inflação no período.
Projeções
O Banco do Brasil também revisou as projeções para 2022. A estimativa de lucro ajustado saltou de um intervalo entre R$ 23 bilhões e R$ 26 bilhões para uma faixa entre R$ 27 bilhões e R$ 30 bilhões. A previsão de crescimento do volume de crédito neste ano foi elevada, passando de 8% a 12% para uma faixa entre 12% e 16%. O crescimento das receitas com serviços, que estava entre 4% e 8%, foi elevado para 6% a 9%. A previsão para as despesas administrativas foi mantida, com alta de 4% a 8% neste ano.
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