Setembro Amarelo ou Ano Amarelo?
Suicídio: Quando o sofrimento grita através do silêncio
Suicídio: Quando o sofrimento grita através do silêncio
Qual o limite do
sofrimento humano? De onde vem esse sofrimento? O que faz uma pessoa pensar na
morte como possibilidade? Questionamentos nada simples de serem respondidos e
que demonstram a importante complexidade do fenômeno do suicídio.
Estas questões
norteiam apenas algumas discussões e, inegavelmente no mês de setembro brotam
como erva daninha em algumas falas nada cuidadosas e especialmente equivocadas
para com quem sofre pela perda de um ente querido para o suicídio (os
sobreviventes). Uma das falas mais comuns e que são ditas fora de
contextualização é que o suicídio tem um grande percentual de chances de ser
evitado. Isso gera uma culpa sem medida no sobrevivente, após a perda.
O suicídio deve ser
pensado como multifatorial, ou seja, não existe um único fator determinante
para que uma pessoa passe a considerar a possibilidade de colocar um ponto
final em sua vida. É possível pensar que sentimentos e emoções que não
encontram espaço, dores caladas e abafadas, traumas e perdas acumuladas que
podem prejudicar a capacidade de tolerância e resiliência, são fatores que
encontram um terreno fértil na vulnerabilidade da existência humana.
Sim, existir, viver é estar vulnerável. É saber que o sofrimento em diferentes proporções vai bater na porta em algum momento, mas que ele não precisa fazer morada ali. Quando o sofrimento chegar, convide-o a sentar, sirva uma xícara de café, e deixe que se vá…porém, às vezes enfrentar nossos monstros sozinhos quando não temos perspectivas pode ser bastante desafiador.
Quando de certa
forma, menciono para deixar que o sofrimento entre, é porque não estamos imunes
a dor, ao sofrer, mas que diante destes, possamos convidar a se sentar, pois,
negar ou esconder dificulta receber e buscar qualquer tipo de ajuda, servir a
xícara de café representa o falar sobre o assunto, e o deixar que se vá é
porque quando a dor da alma, e ou o sofrimento recebe cuidado
especializado, deixam de habitar de forma estagnada, rígida, inflexível e
o viver pode então se tornar uma prioridade.
A saúde mental é
algo muito importante, é geradora de equilíbrio em nossa vida e nosso existir
no mundo. O sofrimento psíquico não pode ser negligenciado.
Como podemos
acolher alguém em sofrimento?
1 - Mostre que você
se importa, ouça com atenção;
2 - Pergunte se ela
pensa em terminar com a vida, existe um mito de que perguntar pode aumentar o
risco;
3 - Escute, mas sem
julgamentos ou minimização do sofrimento;
4 - Leve qualquer
ameaça de suicídio a sério;
5 -Não prometa
segredos sobre esse sofrimento, não devemos carregar essa responsabilidade
sozinhos, tome atitudes, peça ajuda para então ajudar;
6 - Auxilie a
pessoa a encontrar ajuda especializada.
“Uma única gota
pode ser o limite de um copo cheio de água e fazê-lo transbordar, mas nenhum
copo fica cheio com uma única gota de água”.
Peça ajuda!
Permita-se ser ajudado!
CVV (Centro de
Valorização da Vida - Disque 188 (ligação gratuita em todo país)
Chat, e-mail acesse
- https://www.cvv.org.br/quero-conversar/
Por mais cuidado,
escuta e respeito ao sofrimento humano.
Por Patrícia dos
Santos - Psicóloga
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ROMAN RAITER - JUSTIÇA AO OASE