Primeiro-ministro alemão deve vir ao Brasil nas próximas semanas
Alemanha vem manifestando interesse na reaproximação com o Brasil
Alemanha vem manifestando interesse na reaproximação com o Brasil
O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, visitará o Brasil
nas próximas semanas. Oficialmente, as fontes diplomáticas alemãs não confirmam
a data, mas, ontem, em entrevista à GloboNews, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva antecipou que Scholz deve chegar a Brasília em 30 de janeiro.
Scholz viajará acompanhado por ministros e por um grupo de
executivos, representantes de grandes empresas alemãs. Importante parceiro
comercial brasileiro, a Alemanha vem manifestando interesse em uma
reaproximação política com o Brasil, com a possibilidade inclusive de destinar
mais recursos financeiros para custear projetos e ações de preservação
ambiental desenvolvidos no país, principalmente na Amazônia.
No começo de janeiro, quando o presidente Frank-Walter
Steinmeier veio ao Brasil para prestigiar a posse do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, a Alemanha anunciou o desbloqueio de 35 milhões de
euros destinados ao Fundo Amazônia, a título de compensação pela redução do
desmatamento no bioma amazônico durante o ano de 2017.
Criado em 2008, o fundo recebe doações de instituições e
governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao
desmatamento na Amazônia Legal. Os recursos são usados para financiar projetos
de redução do desmatamento e a fiscalização do bioma. Por razões políticas, o
mecanismo chegou a ser paralisado durante a gestão Jair Bolsonaro.
No início de novembro passado, o Supremo Tribunal Federal
(STF) determinou que o governo brasileiro reativasse o Fundo Amazônia
em até 60 dias. A medida foi cumprida já na atual gestão. Em seu primeiro dia à
frente do Poder Executivo, Lula assinou o Decreto nº 11.368, autorizando o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a voltar a captar
doações financeiras para o Fundo Amazônia.
Além da área ambiental, Lula e Scholz, que é, de fato, quem
comanda politicamente a Alemanha, também devem tratar de formas de ampliar as
relações comerciais entre os dois países e o crescimento da extrema-direita em
vários países. Ontem, durante a entrevista à GloboNews, Lula disser querer
conversar com o chanceler alemão sobre como a extrema-direita vem crescendo na
Europa e no mundo.
No último dia 9, o primeiro-ministro alemão usou o Twiter
para condenar a invasão e a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso
Nacional e do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrida na véspera, em
Brasília.
“Imagens terríveis nos chegam do Brasil. Os ataques violentos contra as instituições democráticas são um atentado à democracia que não pode ser tolerado. Estamos profundamente solidários com o presidente Lula e com o povo brasileiro”, escreveu o social-democrata alemão que, além do Brasil, deve visitar outros países da região.
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