Rainha do Rock, Rita reivindicava o título de padroeira da liberdade
Nos anos 1980, seus álbuns venderam milhões de cópias
Nos anos 1980, seus álbuns venderam milhões de cópias
Filha mais nova de um dentista americano e uma dona de casa
de ascendência italiana, Rita Lee Jones de Carvalho nasceu no dia 31 de
dezembro de 1947 na capital paulista. Ainda adolescente, deixou a vida
sossegada no bairro da Vila Mariana ao ser conquistada por “esse tal do rock
and roll”. No fim dos anos 1960, passou a fazer parte do grupo Os Mutantes, ao
lado dos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.
Rita era fã do rock inglês e norte-americano, mas também
acompanhava as tendências musicais brasileiras. Ela era praticamente uma
síntese de brasilidade e cosmopolitismo, em uma época que a bossa nova reinava
e a guitarra elétrica era mal vista.
De repente, a menina meio americana, ruiva e de sardas,
parecia ter tudo a ver com o movimento tropicalista que começava a tomar forma
nas mentes de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil.
“Foi muito forte pra mim aquilo. Finalmente conheci meu lado
brasileiro. É isso. É uma mistura de tudo, eu sou uma mistura de tudo. Eu sou
mais brasileira do que Pelé... Ou tanto quanto Pelé... Ou tão brasileira quanto
o Geraldo Vandré.... A minha cabeça fez nhóoooin…”, disse a artista.
A saída do grupo Os Mutantes, no início dos anos 1970, foi
conturbada. “Eu fui expulsa dos Mutantes. Foi triste. Sofri pra xuxu. Aí fiz
uma letra. E a gente gravou o disco, tudo, mas eu não conseguia cantar a
música”.
“Kiss baby, pena que você não me quis, não me suicidei por
um triz, ai de mim que sou assim”, diz a letra de Mutante.
A artista, no entanto, logo voltou a cantar acompanhada pela
Banda Tutti Fruti. Nesta época, em plena ditadura, teve canções censuradas e
chegou a ser presa, em 1976, quando estava grávida do primeiro filho.
O sucesso absoluto viria na parceria com o marido Roberto de
Carvalho. Nos anos 1980, seus álbuns venderam milhões de cópias, com hits eternos
como Lança Perfume e Baila Comigo, Flagra, Doce
Vampiro e tantos outros.
Militância
Além da música, Rita se engajou em causas importantes. Nos
anos 1990, foi uma das primeiras vozes a se levantar pela preservação da
Floresta Amazônica e pelos direitos dos povos indígenas.
“Por favor, vejam o que significa um decreto em favor dos
índios. Não é nada paternalista, caridade. É respeito à raça humana. E pensar
no futuro. Estamos quase no final do milênio, está na hora de fazer essas
coisas”, declarou.
Na última década, Rita Lee foi se afastando aos poucos dos
holofotes. O último álbum de estúdio foi lançado em 2012, e o último show foi
em 2013, no aniversário de São Paulo. Durante a pandemia, chegou a fazer uma
apresentação online com o marido Roberto de Carvalho.
Em 2021, lançou a canção Change, em francês, e também
foi homenageada com uma grande exposição no Museu da Imagem e do Som, na
capital paulista. Neste mesmo ano, quando foi diagnosticada e começou a tratar
um câncer de pulmão, suas aparições foram se tornando ainda mais raras.
A irreverência, sua característica mais marcante, a fez rejeitar
o título de Rainha do Rock brasileiro. No fim do ano passado, em entrevista à
revista Rolling Stone Brasil, Rita confessou que considerava o apelido
cafona. Disse preferir ser conhecida como Padroeira da Liberdade.
Camaleoa, foi muitas e foi única: de Miss Brasil 2000 a Todas as Mulheres do Mundo. Embora nenhum título possa dar conta de Rita Lee, que ela nos permita, hoje, saudá-la rainha. Salve!
Cadastre seu email e receba nossos informativos e promoções de nossos parceiros.
Inscrições abertas para Especialização em Educação para as Relações Étnico-Raciai...
Museu de Indaial celebra 23ª Semana Nacional de Museus com atividades
Timbó participa da 23ª Semana Nacional de Museus com café musical e nova exposição
Timbó dá largada à Olimpíada Entre Empresas nesta sexta-feira
ROMAN RAITER - JUSTIÇA AO OASE