Atuação da fisioterapia no Alzheimer

Por MOVIMENTO VITAL FISIOTERAPIA 20/08/2020 - 11:35 hs

A Demência de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, de causa idiopática, ou seja, não existe uma causa específica da doença, o que existem são os fatores de risco, que podem ser: Depressão, Diabetes Mellitus, Estilo de Vida Inadequado, Doenças Cardiovasculares, entre outros.

O profissional da fisioterapia é de suma importância em todas as fases da doença, tanto para manter o indivíduo mais ativo e independente possível, quanto para melhorar o seu desempenho funcional.

É necessária uma avaliação que englobe os aspectos físicos, funcionais e comportamentais do paciente. Identificar as suas potencialidades já que apesar do diagnóstico, os pacientes costumam apresentar muitas habilidades cognitivas, motoras e funcionais nesta fase, precisando ser elencadas, avaliadas e otimizadas para a elaboração dos objetivos fisioterapêuticos.

Na fase inicial os pacientes apresentam poucas alterações motoras que interferem na sua mobilidade e funcionalidade, e a atuação do Fisioterapeuta se dá na busca da prevenção e minimização das futuras perdas motoras.

Na fase mais avançada da doença, quando o idoso passa a maior parte do tempo restrito ao leito, a fisioterapia é importante para minimizar as complicações da síndrome de imobilização, nomeadamente os encurtamentos musculares e a perda da força muscular, o aparecimento de úlceras de pressão (escaras), trombose, prisão de ventre e pneumonia, entre outros.

Resumidamente a fisioterapia, tem como principal função de evitar a atrofia por desuso e fraqueza muscular, evitar contraturas e encurtamento musculares (imobilização no leito), manter ou devolver a ADM funcional das articulações, manter as capacidades funcionais do paciente (sistema cardiorrespiratório), evitar ou diminuir complicações e deformidades, diminuir a progressão e efeitos dos sintomas da doença.

Como conseguimos isso?

Com exercícios que promovam a manutenção e melhora da flexibilidade, da força e potência muscular e amplitude de movimento, treino de equilíbrio e da marcha; bem como, exercícios de Dupla Tarefa, que desenvolvem a melhorada atenção que ajudam nas tarefas do dia-a-dia.

Realizar atividades em que se estimule o raciocínio do paciente, como atividades de escrever, decorar palavras, nomear objetos, que levam a um estímulo da memória. Exercícios para propriocepção e equilíbrio são fundamentais para a desenvoltura do paciente, como exercícios com bastões, bolas, descarga de peso gradual e andadores.

A literatura atual já é consistente em demonstrar que terapia com exercícios é segura e bastante eficaz na melhora dos sintomas motores, funcionais e neuropsicológicos nas demências.

O ideal que esse paciente receba o tratamento de 2 à 3 vezes na semana, porém, se não há condições financeiras para tanto, pode-se contratar um profissional que visite o paciente 1 vez por mês. Nestas visitas ele vai orientar e ensinar os cuidadores a fazer os exercícios.

Também tem condições de avaliar a evolução do caso. Usando o mesmo exemplo de idoso que para de andar: o fisioterapeuta pode ser chamado para avaliar o caso e ensinar os cuidadores a criar uma rotina de exercícios para, talvez, até recuperar a habilidade de andar. Porém, os resultados dos exercícios dependem também do quadro geral de saúde do idoso.

É válido lembrar que a grande maioria dos portadores da doença de Alzheimer são idosos. Portanto, todo o tratamento deve ser realizado considerando tanto os sintomas da doença, como as alterações fisiológicas esperadas no envelhecimento.

Como ambos são processos que envolvem perdas progressivas, podemos dizer que o tratamento fisioterapêutico consiste em diminuir a velocidade dessas perdas e preservar ao máximo as funções remanescentes através de estímulos constantes.

O apoio da família do paciente é fundamental para que a pessoa tenha bons resultados no tratamento da doença. O tratamento fisioterapêutico ajuda a melhorar o desenvolvimento do idoso de acordo com suas limitações, tornando-o mais ativo com o objetivo de amenizar os sintomas.

Apesar de ser um distúrbio do sistema nervoso central, degenerativo e irreversível que leva a piora de funções cognitivas e funcionais, os tratamentos fisioterápicos podem garantir uma melhoria na qualidade de vida.


 Dra. Angélica Anacleto 
Crefito 10- 295200-F

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Dra. Bárbara Maurício Nascimento
Responsável técnica CREFITO 10 74799F