Cortes da União nos recursos para BRs desrespeitam SC, dizem deputados
Um desrespeito com Santa Catarina. Assim reagiram os
deputados à notícia de que o governo federal cortou R$ 39,6 mi destinados às
BR-470 e BR-163 durante a sessão de terça-feira (7) da Assembleia Legislativa.
“Fiquei estarrecida com o tamanho do desrespeito e a falta
de consideração com Santa Catarina. Estamos oferecendo uma moção de apelo, se o
governo federal falha em um momento, temos de agir para que possa retificar os
atos”, declarou Paulinha (sem partido), que sugeriu aos “40 deputados
subscreverem um apelo ao Presidente da República” para rever a decisão.
Ricardo Alba (PSL), Padre Pedro Baldissera (PT) e Valdir
Cobalchini (MDB) também lamentaram os cortes no apagar das luzes.
“Um desrespeito a redução ao orçamento destinado à BR-470,
uma vergonha! Temos de cobrar o governo federal, cortou R$ 25 mi da BR-470 e R$
15 milhões da BR-163, enquanto isso as mortes continuam. E a bancada federal
silente, calada, única exceção foi o senador Esperidião Amin (PP). Fica a
cobrança aos 16 deputados federais e aos outros dois senadores”, declarou Alba.
“Fico bastante indignado porque o catarinense é o povo que
mais tem dado amparo ao atual presidente, infelizmente percebemos que o retorno
disso não está acontecendo em nenhum setor. Dia após dia vamos perdendo vidas
nessas rodovias federais e ainda falamos que as portas estão abertas, que
portas são estas que são sacados os recursos? Não tem porta nenhuma, de boas
intenções estamos cheios, até o capeta gosta de boas intenções”, disparou Padre
Pedro.
“A gente precisa reclamar, enquanto o estado passa R$ 465 mi
para as rodovias federais, a União retira mais R$ 39,6 mi. Isso é inaceitável,
não dá para se conformar e achar que é normal. (O corte) foi feito às
escondidas e descoberto no Diário Oficial”, lembrou Cobalchini.
Ivan Naatz (PL) e Sargento Lima (PL) minimizaram os cortes.
“Temos de considerar que 40% dos recursos enviados para a
Covid foram desviados ou usados indevidamente. Foi politizada a questão da
BR-470, não gosto de me intrometer em regiões em que não sou procurado”,
ponderou Lima.
“Um recado para todos os catarinenses: nós, do Partido
Liberal, estamos preocupados com a duplicação da BR-470, estamos preocupados
com a infraestrutura e nos preocupamos com o anúncio de que haveria corte. Procuramos
o senador Jorginho Mello (PL) para que intervisse e colhesse explicações”,
relatou Naatz.
Segundo o líder do PL, os cortes ocorreram para reforçar a
manutenção da rodovia e otimizar a execução do orçamento.
“Ano que vem recupera os recursos”, garantiu Naatz.
Serra Dona Francisca
Ricardo Alba pediu ao governo do estado que determine melhorias na Serra Dona
Francisca, haja vista o elevado número de acidentes nesse trecho da SC-418.
“A quantidade de acidentes que estão acontecendo naquela
rodovia é inacreditável. Recentemente aconteceram dois acidentes que levaram a
óbito três pessoas. Apelo ao governo do estado, essa quantidade de acidente que
leva a óbito não deve ser tolerada pelo Parlamento, fica aqui o chamado ao
Deinfra, que dê suporte imediato”, reclamou Alba.
“A serra Dona Francisca é perigosa, é incontestável, tem de
tomar cuidado, os acidentes acontecem com frequência. Mas os acidentes de ontem
não foram na Serra, o acidente ocorreu em uma reta, com pista para
ultrapassagem, defronte à chácara do nosso colega Darci de Matos”, esclareceu
Silvio Dreveck (PP).
“Normalmente o culpado mais fácil é o governo, a estrada
precisa de melhorias, mas o acidente foi por pura imprudência”, concordou
Maurício Eskudlark (PL).
“Nesse governo a Serra ficou pior porque a forma como o
governo faz a manutenção é diferente. Antes a própria prefeitura podia fazer,
hoje o governo centralizou. Ontem foram mais três mortes”, avaliou Kennedy
Nunes (PTB).
“Quero fazer coro ao Silvio Dreveck, tirei serviço no posto
da serra Dona Francisca, falta total de respeito ao trânsito e à vida,
fotografei veículos a 130 km/h”, descreveu Sargento Lima.
“Tenho passado pela parte duplicada da BR-470 e
constantemente vejo carro virado, na valeta, batida atrás de caminhão,
motoqueiro que sai da pista e se mata. Essa história de que a rodovia está
matando todo mundo, elas poderiam ser mais seguras, mas boa parte dos acidentes
é responsabilidade do condutor”, corroborou Naatz.
Abertura da fronteira com a Argentina
Paulinha pediu ajuda dos deputados Kennedy Nunes e Sargento Lima, alinhados ao
governo federal, para agilizar a abertura da fronteira terrestre com a
Argentina.
“Nós ainda não tivemos autorizada a abertura da fronteira
terrestre com a Argentina pela parte do Brasil, mesmo com exigibilidade de
vacinação. Vamos matar o turismo litorâneo se não deixarmos os amigos
argentinos entrarem. É um jogo de empurra que ninguém mais sabe o que dizer”,
lamentou Paulinha.
“Vou encaminhar o pleito no governo federal”, informou Lima.
Poetas de São Carlos
Fabiano da Luz (PT) deu as boas vindas aos alunos de três escolas de São
Carlos, no Oeste, que lançaram um livro de poesias e visitaram a Casa durante a
sessão ordinária.
“Estão eternizando seus nomes através das palavras, queremos
parabenizá-los por ousarem colocar suas palavras no papel e parabenizar a
prefeitura por incentivar os jovens escritores”, discursou Fabiano.
“Tomara que suas palavras sejam proféticas”, augurou
Kennedy.
Privatização de rodovias
Valdir Cobalchini repercutiu a edição de decreto do governo federal
determinando estudos para a privatização de rodovias federais e estaduais em
Santa Catarina.
Entre as rodovias federais estão a BR-153, BR-158, BR-280 e
BR-470. Já entre as estaduais, destaque para a SC-283, que liga Concórdia até
Cunha Porã; SC-157, que liga o Paraná, São Lourenço do Oeste, Chapecó e até o
Rio Grande do Sul; SC-350, que liga a BR-116, Lebon Régis, Caçador até BR-153.
“Temos de admitir que determinadas rodovias sejam
privatizadas, prefiro andar pela BR-116 concessionada, onde não tem buraco, com
excelente sinalização, rodovia limpa, roçada, com várias construções de
terceiras faixas. É outra rodovia, que esses estudos sejam concluídos o mais
rápido possível”, reivindicou Cobalchini.
“Vamos pagar pedágio, mas pelo menos vamos ter rodovias em
condições de trafegar”, admitiu Moacir Sopelsa (MDB).
Ferrovia Chapecó-Curitiba
Moacir Sopelsa e Valdir Cobalchini alertaram os catarinenses para um projeto do
governo federal de ligar pela via ferroviária as cidades de Chapecó e Curitiba.
“Uma ameaça muito grande para os nossos portos, ao invés de
uma ligação Norte/Sul trazendo milho e soja para a nossa agroindústria, que são
insumos básicos para manter o modelo, mas não é isso, e sim uma fuga do que se
produz em Santa Catarina para Paranaguá”, lamentou Cobalchini.
“Os containers irão para Paranaguá”, concordou Sopelsa.
Luciane Carminatti
Kennedy Nunes noticiou o retorno da deputada Luciane Carminatti (PT) às
atividades do Plenário após se recuperar de uma cirurgia.
Projeto Doa
Kennedy Nunes ressaltou na tribuna ação desenvolvida no município de
Florianópolis para retirar as pessoas da rua.
“Um trabalho excepcional feito pelo Ministério Público
(MPSC), Secretaria Municipal do Bem Estar Social, PMSC, Polícia Civil e CDL de
Florianópolis. O trabalho se chama Doa e resgata a dignidade dos moradores de
rua”, descreveu Kennedy, que exibiu vídeo do projeto com a informação de que
cerca de 400 pessoas já foram enviadas de volta aos municípios de origem.
“Todos estamos de alguma forma ajudando na solução deste
grande problema, um problema para o morador e para a sociedade”, analisou
Eskudlark, que é autor de projeto de lei para implantar um cadastro geral dos
moradores de rua.
Municípios de aniversário
Marcius Machado (PL) ressaltou a passagem de 60 anos de fundação dos municípios
de Anita Garibaldi e São José do Cerrito, ambos no Planalto Serrano.
“Quero mandar um abraço especial ao hospital Frei Rogério,
de Anita Garibaldi, logo o governo estará pagando R$ 100 mil para a energia
solar”, discursou Marcius, que agradeceu a concessão de título que lhe foi
concedido, de cidadão de São José do Cerrito.
Resultado inconclusivo
Bruno Souza (Novo) criticou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) pelo
resultado a que chegou a comissão responsável por apurar a participação dos
servidores na compra dos respiradores fantasmas.
“Em março de 2021 foi aberto um processo disciplinar e a comissão acabou de ser encerrada. Sabem qual foi o resultado? Ninguém sabe, por que foi inconclusiva. Os servidores não foram responsabilizados, continuam recebendo seus salários e nada aconteceu”, revelou Bruno, acrescentando que uma nova comissão foi aberta e que continuará falando sobre o assunto.
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